Dori Prata 17 semanas atrás
Dona de um portifólio invejável, durante muito tempo a Sega foi criticada pelos fãs por ignorar seu passado. Focada apenas em poucas franquias que conquistaram sucesso mais recentemente, bastava olhar para os anos 80 e 90 para ver o tesouro que a empresa tinha nas mãos e após muitas súplicas, ela finalmente resolveu resgatar alguns dos seus clássicos.
Anunciado durante o The Games Awards que aconteceu na última sexta-feira (08), a campanha batizada pela Sega como Power the Next Level surpreendeu muita gente ao revelar cinco novos jogos para séries bastante pesadas.
Embora o trailer que trouxe o anúncio não dê muitos detalhes sobre esse resgate, com ele é possível entender um pouco do que está por vir. Confira:
Mas o que teria levado a Sega a fazer essa mudança de rota, apostando em franquias que por tanto tempo estiveram adormecidas? Pois segundo Shuji Utsumi, a ideia é mostrar que a empresa ainda tem algo pela qual ficou marcada há mais de três décadas: uma “mentalidade rebelde”.
Atualmente codiretor de operações e CEO da Sega of America, ele participou do lançamento do primeiro PlayStation e fazia parte da equipe que nos deu o Dreamcast. Por isso, não deveria ser uma surpresa o retorno de duas séries que marcaram o último console da empresa.
“O conceito de jogos como Jet Set Radio é avançado,” explicou Utsumi. “Os criadores originais estão envolvidos novamente e o tempo é agora. É um bom momento em que as pessoas podem apreciar todos os tipos de conceitos.”
Mas se hoje a Sega pode apostar no retorno de um Golden Axe, Shinobi ou Crazy Taxi, isso provavelmente só acontece devido o sucesso de outras três franquias: Sonic, Persona e Yakuza. “Temos investido nesses três títulos nos últimos três anos, fazendo seus pilares crescerem e eles cresceram muito bem,” disse o executivo.
Contudo, as pessoas que gostam de jogos de luta certamente sentiram falta de um dos maiores ícones do gênero, a série Virtual Fighter e Utsumi justificou sua ausência nesta leva de franquias ressuscitadas. “Estamos avaliando [isso] no momento,” afirmou. “O Virtua Fighter não usa muitos truques, movimentos especiais como o Street Fighter, ele é muito realista. Como podemos fazer ele mais dramático? É algo em que estamos trabalhando.”
Portanto, a não ser que eu tenha entendido errado o que pode ser lido nas entrelinhas, tal jogo já estaria pelo menos em pré-produção, com um anúncio sendo apenas questão de tempo. O fato é que, considerando a importância dessa marca e como seus fãs são exigentes, compreendo todo o cuidado que a Sega estaria lhe dedicando.
Mas voltando ao jogo que mais me interessou nesses anúncios, estou muito curioso para saber como funcionará o novo Shinobi. Talvez com ele a Sega aposte em algo mais simples, entregando apenas um jogo de plataforma que exija habilidade e reflexos rápidos por parte do jogador, como era na época dos fliperamas e do Mega Drive. Porém, eu adoraria se a empresa se baseasse em alguns títulos mais novos.
O primeiro que me veio à cabeça foi o Strider de 2014. Com uma jogabilidade bastante veloz, ele foi um dos melhores metroidvanias que joguei e acredito que Joe Musashi se sairia muito bem nesse estilo. Mesmo com o gênero estando um pouco saturado, penso que ao se aventurar por ele a franquia receberia uma merecida oxigenada.
Outro jogo que também poderia servir de inspiração é o Mark of the Ninja. No entanto, o trailer divulgado pela Sega mostrou algo muito mais rápido e talvez os fãs não gostassem de ter que focar mais em passar despercebidos do que partir direto para a ação.
Seja lá o que for produzido, o importante é que esses cinco novos jogos consigam fazer jus às histórias da franquias a que pertencem, pois somente assim — e com as consequentes boas vendas — não veremos a Segar voltar a fazer vista grossa para os eu passado. E se isso não acontecer, quem sabe depois não surja um novo Shinning Force, um Out Run, um Phantasy Star, um Sega Rally ou até mesmo um novo Landstalker.