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GSMA: 54% da população global possui smartphones

Segundo relatório da GSMA, 1 em cada 2 pessoas no mundo tem smartphones, 57% têm acesso à internet móvel, e 49% acessam a net via mobile

43 semanas atrás

Fato: o mundo é mobile. A evolução dos smartphones, e a expansão das redes móveis, permitiu que mais pessoas tivessem acesso a dispositivos móveis em todo o mundo. O mais recente relatório anual da GSMA, associação que representa os interesses de mais de 750 operadoras e fabricantes de telefonia móvel em 220 países, aponta que 54% da população global, em torno de 4,3 bilhões de pessoas, possuem um smartphone.

A pesquisa mostra também que o déficit da cobertura de telefonia móvel vem caindo nos últimos anos, e dispositivos móveis continuam sendo os líderes no acesso à rede; hoje, 57% das pessoas estão conectadas, e 49% da população acessa a internet via mobile.

Cobertura de internet móvel aumentou em todo o globo, mas 5% da população (~400 milhões) ainda não têm acesso (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit) / smartphones

Cobertura de internet móvel aumentou em todo o globo, mas 5% da população (~400 milhões) ainda não têm acesso (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

O relatório da GSMA (cuidado, PDF), que analisa o panorama global da conectividade mobile, traz uma série de dados interessantes, que corroboram a verdade que muitos ainda relutam em aceitar: o mundo hoje é mobile, a maioria das pessoas não precisa de um computador de mesa ou laptop para acessar a internet, e se vira com smartphones e tablets, e até mesmo feature phones, que ainda atendem 600 milhões de pessoas, ou 8% da população.

Os dados publicados pela associação remetem ao fim de 2022, e mostram que o público com menor poder aquisitivo foi privilegiado pela disponibilidade de dispositivos móveis acessíveis, mas suficientemente poderosos para substituírem um computador, em diversos casos de uso (navegação, produtividade, lazer). Tal flexibilidade permite a muita gente dispensar um desktop ou laprop, e fechar só com um celular ou tablet.

A pesquisa mostra que 54% da população global, ou 4,3 bilhões de pessoas, possuem pelo menos um smartphone, e 57% (4,6 bilhões) usam internet móvel ativamente, independente do dispositivo. Em muitos casos, a infraestrutura de 4G, 5G e via satélite (oi, StarLink) é bem mais acessível a usuários em regiões mais remotas (e outras nem tão remotas assim), do que os planos de expansão de conexões de banda larga por terra, seja ADSL ou fibra, e nisso estão incluídos também quem acessa a rede por outros gadgets.

Há também informações curiosas no relatório, por exemplo, cerca de 350 milhões de donos de smartphones não usam internet móvel; claro, isso inclui tanto quem prefere permanecer offline, quanto àqueles que preferem se conectar a redes Wi-Fi, seja doméstica, corporativa, ou pública.

As redes móveis também se tornaram mais abrangentes. Em comparação a 2015, as áreas não cobertas globalmente caíram de 18% para 5%, com a porcentagem de pessoas que moram em áreas atendidas, mas não usam, reduzindo de 47% para 38%; falando especificamente da América Latina, os números regrediram de 15% para 6%, e de 44% para 32%, respectivamente.

A quantidade de pessoas conectadas no continente latino também aumentou bastante, saltando de 40% em 2015, para 62% em 2022.

Evolução da conectividade mobile na América Latina, de 2015 a 2022. De cima para baixo, área não coberta, usuários desconectados em áreas cobertas, e usuários conectados (Crédito: Reprodução/GSMA)

Evolução da conectividade mobile na América Latina, de 2015 a 2022. De cima para baixo, área não coberta, usuários desconectados em áreas cobertas, e usuários conectados (Crédito: Reprodução/GSMA)

Embora o acesso à internet tenha aumentado nos últimos anos, a GSMA cita os mesmos obstáculos de sempre para uma maior inclusão, mais proeminentes em países em desenvolvimento: falta de conhecimento acerca da disponibilidade, falta de conhecimento ou habilidade, também conhecido como analfabetismo digital, preocupações com a segurança dos dados e privacidade, e claro, falta de cobertura nas regiões mais remotas.

Brasil: smartphones lideram, TV é 2.º gadget mais conectado

Que o uso de PCs está caindo não é novidade, e mesmo os setores de nicho, como os voltados para o consumidor gamer, sangram loucamente ano após ano. Se seu smartphone lhe permite usar o Office Microsoft 365 na nuvem para trabalhar, acessar o Facebook e o WhatsApp, e ainda roda jogos AAA, localmente ou via streaming, para que você precisa de um desktop ou laptop?

Se a tela é pequena, você pode sempre usar meios para espelhar a área de trabalho de seu iPhone ou Android em uma TV, via Wi-Fi ou cabo, ou se você tiver um computador antigo, usando ferramentas como o scrcpy. Falando em televisão, o gadget hoje já é um dos mais usados para acessar a internet em todo o mundo, e no Brasil ele assumiu a 2.ª posição, deixando o PC para trás.

Os dados do IBGE, levantados na edição mais recente do PNAD em 2021, mostram que o smartphone continua sendo o gadget mais usado para acessar a internet, em 99,5% dos domicílios conectados; o PC perdeu 3 pontos percentuais em relação a 2019, e caiu para o terceiro lugar, indo de 45,2% para 42,2%.

No mesmo período, o uso da TV como meio de acesso à net disparou, indo de 32,3% em 2019, para 44,4% em 2021; na lanterna vêm os tablets, tendo caído de 12,1% para 9,9%, mostrando que nem todo mundo liga para uma tela maior, sendo smartphones mais práticos (e muitas operadoras exigem planos específicos de telefonia móvel).

Não obstante, com base nos dados de 2021, 90% da população brasileira está hoje conectada à internet, um grande aumento em relação a 2015 (57,5%), graças à maior cobertura das redes móveis, e smartphones acessíveis e, ao mesmo tempo, decentes. Isso fica bem evidente no aumento de residências rurais acessando a internet, de 57,8% em 2019, para 74,7% em 2021.

Por região, hoje o Centro-Oeste é a mais conectada (93,4%), pela primeira vez, deixando o Sudeste (92,5%) para trás; o Nordeste é a menos ligada à rede, mas ainda assim, 85,2% das casas têm acesso.

Smart TVs hoje oferecem navegação, redes sociais, games na nuvem, e até soluções de produtividade (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Smart TVs hoje oferecem navegação, redes sociais, games na nuvem, e até soluções de produtividade (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Como dito antes, os computadores pessoais, seja um Mac ou um PC rodando Windows ou Linux, estão cada vez mais se tornando produtos de nicho; só quem realmente precisa, ou faz questão de potência máxima e pode pagar por ela, como a Glorious PC Gamer Master Race, continuará os consumindo, mas as vendas tendem a diminuir cada vez mais.

O restante da população global, seja por menor poder aquisitivo ou praticidade, fecharão com smartphones intermediários e serviços na nuvem, seja para trabalho ou lazer, e terão todas as suas necessidades atendidas, na ponta dos dedos.

Fonte: GSMA

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