Ronaldo Gogoni 6 anos atrás
A Apple nunca foi adepta de oferecer seus softwares fora de seus dispositivos. O iTunes no início só rodava nos Macs, mas Steve Jobs foi forçado a baixar a cabeça e lançá-lo para Windows (e trocar a porta FireWire do iPod por uma USB) para atingir uma maior base instalada. Já o Safari no SO da Microsoft foi tratado como um erro estratégico, nunca funcionou direito e morreu de inanição.
Há quem acredite que o Apple Music, que hoje roda no Android tenha um destino semelhante: há um grande número de reclamações por parte dos usuários acerca de bugs bestas, desde erros de reprodução, cortes na música e sumiço de playlists até mesmo travamentos constantes, como se a maçã tivesse a intenção de oferecer uma dose grátis como quem diz “quer a experiência completa? Compre um iGadget”. Já o iMessage é tratado como uma das joias da coroa da Apple, que não tem a menor intenção de fornecê-lo fora do iOS ou do macOS de modo a posicioná-lo como um dos principais motivos que influenciam a escolha do usuário.
Por isso mesmo eu creio que o weMessage, criação de um desenvolvedor de 16 anos não irá durar muito.
O produto apresentado por Roman Scott é semelhante ao PieMessage, um projeto open source lançado no ano passado mas que está parado desde então, mas diferente deste o weMessage é uma solução completa e funcional, que disponibiliza a rede do iMessage em seu dispositivo Android sem a utilização de gambiarras, de modo a evitar romper os Termos de Serviço da Apple e acabar sendo banido do acesso às APIs da maçã. Então como o app funciona?
Simples, o usuário precisa ter um Mac onde será instalado um software servidor, desenvolvido em Java que funcionará como uma ponte entre o computador e o smartphone. Ele fará a captação das mensagens compartilhadas no iMessage (já que elas têm que passar pelo servidor da Apple de qualquer jeito) e jogará para a rede do weMessage, e vice-versa. E tese nenhuma regra de utilização está sendo quebrada, o software atua como um intermediário na comunicação entre plataformas.
O vídeo abaixo mostra o app funcionando:
Claro, sendo realista ainda que o weMessage não infrinja nenhuma política, é mais do que certo que a Apple não vai gostar nada de ver as mensagens do iMessage chegando a Androids e como ela não pretende lançar o iMessage para o robozinho, nem libera o acesso à API para outros apps agregadores (Pidgin, Franz, etc.) não deve demorar para que Scott seja enquadrado como infrator de alguma forma, e o acesso do weMessage seja eventualmente cortado.
Enquanto ele não cai do telhado, você pode baixar o app para Android e o servidor para o Mac.
Fonte: Cult of Mac.