Ronaldo Gogoni 5 anos e meio atrás
A gente sabe que o SSD é lindo e maravilhoso e uma vez que você migra nunca mais quer saber de voltar para discos rígidos, mas a verdade é que para backup ainda permaneceremos presos aos HDs por um bom tempo: o preço das memórias Flash ainda é proibitivo (embora esteja melhorando) e no que diz respeito a aplicações de grande porte, os drives magnéticos ainda possuem a melhor relação custo-benefício.
O problema é que estamos chegando no limite físico da tecnologia, as fabricantes estão apelando para todo o tipo de alternativa para manter a sobrevida dos HDs por mais alguns anos, ao menos até que o preço do gigabyte no SSD se equipare. Seagate e Western Digital são as que estão mais batendo a cabeça principalmente para atender o mercado corporativo, porque empresas que dependem de servidores, NAS e datacenters não podem arcar com os custos elevados de migrar suas soluções para outro formato de armazenamento. Empresas precisam dar lucro e ao menos por enquanto, abraçar o SSD não é uma opção.
Uma das técnicas é rechear os HDs com hélio, e aliado a isso a Seagate utiliza uma nova técnica chamada HAMR (Heat Assisted Magnetic Recording) que utiliza um laser bem fino, menor que um grão de sal para aquecer a superfície dos discos e reduzindo a energia necessária para gravar os dados. Segundo a fabricante o processo é escalável ao ponto de permitir o aumento da densidade de área em 30% por ano (hoje o processo ocupa 1 TB por polegada quadrada, o dobro da densidade do processo tradicional de magnetismo perpendicular), de modo que ela poderá lançar HDs mais espaçosos nos próximos anos.
Originalmente a Seagate já tem planos para lançar modelos de 14 e 16 TB em 2018, enquanto um de 20 TB apareceria somente em 2020 mas os planos mudaram, a empresa já domina o processo de tal forma que o modelo de HD mais avantajado já poderá dar as caras em 2019 se tudo der certo; a previsão é que modelos ainda mais interessantes, com 40 TB de capacidade sejam apresentados em 2023 mas lembrando, todos esses modelos são destinados a corporações e isso posto, seus preços serão deveras elevados.
A Western Digital está um pouquinho atrás, ela prometeu modelos de 40 TB apenas para 2025 mas afirma que seu processo de gravação é mais confiável; o MAMR (Microwave Assisted Magnetic Recording), que utiliza microondas ao invés de um laser para gravar os dados mas ao que tudo indica, o processo não é tão escalável quanto o da Seagate. Ainda assim as rivais não estão tão distantes uma da outra e somente o tempo dirá quem utiliza o método mais seguro e eficaz.
De qualquer forma, ainda vai demorar um bocado para tais soluções serem liberadas para o usuário final com preços acessíveis e portanto, ainda teremos que nos virar com HDs de menor capacidade para fazermos nossos backups por alguns anos. Mas que o cenário irá mudar é um fato, só restando saber se teremos chance de utilizar esses HDs ou se conseguiremos pular direto para os SSDs
Fonte: Tom's Hardware.