Meio Bit » Arquivo » Internet » Quem fala o que quer, ouve o que não quer: do juiz! Steve Jobs tem que engolir a língua em caso envolvendo blogueiro do Gawker Media Group.

Quem fala o que quer, ouve o que não quer: do juiz! Steve Jobs tem que engolir a língua em caso envolvendo blogueiro do Gawker Media Group.

13 anos atrás

A história começa de um jeito bastante conhecido (um protótipo e mais um furo) para depois evoluir em direção uma tramponetagem indigesta, que acaba no colo de um juiz e no estômago de um mogul da indústria de telecom.

Steve Jobs concedeu uma entrevista ao website AppleInsider na Conferência D8 2010 All Things Digital. Eis um trecho transcrito daquela conversa:

"Mossberg traz à tona o assunto de um protótipo do novo Apple iPhone que desapareceu e pergunta à Jobs sobre a apreensão de equipamentos e outros equipamentos do editor do Gizmodo que furou a história, dizendo à polícia para irem até lá, no mandado de busca mesmo, e levem os pertences desse jornalista. Nesse momento, nessa palavra, Steve Jobs o interrompe e diz "Bem, esse cara, quem pode dizer que ele (Jason Chen do Gawker Media) é um jornalista?". A audiência faz um silêncio mortuário.

Quem pode dizer? O promotor de justiça do Condado de San Mateo, na verdade. Treze meses depois, via a Associated Press, publicou-se:

Promotores disseram nessa quarta-feira (10) que não prosseguirão com denúncias contra o blogueiro que comprou um protótipo de um Apple iPhone, após ter sido encontrado em um bar em março de 2010, no caso que iniciou um caloroso debate sobre a Primeira Emenda.

O promotor assistente de justiça do condado de San Mateo, Morley Pitt, fez constar que nenhuma queixa fora indiciada contra Jason Chen, editor do Gizmodo, ou qualquer um de seus outros empregados, citando que a lei da California reza claramente pela proteção de confidencialidade de fontes legitimamente jornalísticas.

Sorry, mas... #chupajobs!

A Apple está acostumada a enviar cartas ameaçadoras a blogueiros que não se curvam diante de suas empreitadas de distorção abordagem da percepção do mercado, comumente durante o período que antecede seus maiores lançamentos. Sendo o blogueiro/jornalista alguém que vai contra o império, pode-se ouvir de tudo. Felizmente, não dessa vez. Perdeu prayboy!

Nessa mesma entrevista, Jobs disse:

"Qualquer coisa que nós pudermos fazer para ajudar o New York Times, o Washington Post, o The Wall Street Journal e outras organizações de notícias, afim de que encontrem novos meios de expressão, para que assim assegurem que sejam pagos e possam manter sua operação intacta, eu sou totalmente à favor"

E a pérola:

"Eu não quero que nos tornemos uma nação de blogueiros".

Desculpe, meu querido Cabeça, mas vocês já são. E por acaso, a maior de todas elas. Inclusive graças ao próprio iPad e o iPhone. Vai me dizer que agora você quer devolver a 'Revolução'? Isso tudo porque alguém espumou na cachaça em algum buteco ching-ling e deixou cair do bolso o próximo iPhone...

Ainda bem que o The Daily teve o mesmo efeito bem-sucedido que levar uma mordida na virilha de uma banguela feia, certo? Já imaginou o que seria do mundo se aqueles blogueiros ornalistas tivessem triunfado sobre a plebe rude?

Ô, Zé Larry!?

Para ouvir a entrevista completa (90 minutos), clique na imagem abaixo:

PS: precisa de Flash!

Jobsntrvw

Piadinhas à parte, a entrevista tem diversos pontos interessantes e Steve Jobs lidera um projeto vencedor, de números incontestáveis e é provavelmente um dos grandes empreendedores do nosso tempo. Infelizmente, trupicou num único comentário bastante infeliz, e tomou na lorpa. Ok, Acontece. Como minha avó dizia "A arrogância pode sair pela boca, mas entra por outro lugar". Enfim, tergiverso... Particularmente, gostei bastante do argumento dele no final da entrevista (1hs05min00) onde ele diz que "prefere se demitir a 'deixar passar' coisas" como o lance com o Gizmodo, onde ele considera que um produto das idéias de seus colaboradores foi roubado e ele, pessoalmente, foi extorquido. Segundo Jobs, ele prefere encarar toda a guerra de P.R. e perder se for o caso (foi o caso), do que deixar quieto e fingir que não importa.

Leia mais sobre: , , , , , .

relacionados


Comentários