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Nightdive lançará remasterização de The Thing

Lançado originalmente em 2002, The Thing continuava a história do filme O Enigma de Outro Mundo, de John Carpenter, e agora está perto de voltar remasterizado

10/06/2024 às 9:06

Em 1982 John Carpenter lançou um filme que se tornaria um clássico do terror. Com ótimas atuações, efeitos especiais impressionantes e um ótimo roteiro, The Thing — ou O Enigma de Outro Mundo, como ficou conhecido aqui — tinha todos os elementos para virar um bom jogo, o que só aconteceria duas décadas depois. Felizmente, aquela adaptação está voltando.

The Thing

Crédito: Divulgação/Nightdive Studios

A ideia de transformar o filme, que fora baseado no conto Who Goes There?, de John W. Campbell, nasceu no ano 2000, quando a Universal Interactive começou a vasculhar o catálogo da Universal Studios a procura de marcas que poderiam ser adaptadas. Não demorou para eles optarem pelo filme de Carpenter, cujo final ambíguo abria a possibilidade de uma continuação.

Com a publicação nos consoles ficando a cargo da Konami, o projeto seria desenvolvido pela Computer Artworks, estúdio que havia se destacado por um jogo chamado Evolva e para mostrar que dariam conta do recado, eles adaptaram um estágio daquele título para se passar na Antártica. Com os executivos da Universal impressionados, o trabalho começou.

Contando com um nível de liberdade pouco comum quando se trata de adaptações, a desenvolvedora buscou inspirações em outras obras emblemáticas. De Alien - O 8º Passageiro até Half-Life, eles passaram ainda por Invasores de Corpos e até pelas teorias da conspiração que cercam a Área 51.

No jogo assumiríamos o papel de J.F. Blake, que como chefe da equipe Bravo das Forças Especiais dos Estados Unidos, precisa investigar a base de pesquisa mantida pelo seu país na Antártica. Já à equipe Alpha, caberia tentar descobrir o que aconteceu com a base norueguesa localizada nas proximidades.

Crédito: Divulgação/Nightdive Studios

Além da atmosfera de suspensa, o grande destaque de The Thing estava no sistema que brincava com a sensação de medo e confiança entre os membros da nossa equipe, já que no original o monstro consegue assumir a aparência da sua última vítima.

“Eram os primeiros dias dos jogos baseados em equipes e o medo, a confiança e a mecânica de infecção era bastante inovadora para a época,” declarou o diretor William Latham, em entrevista à revista Edge publicada em 2013. “Ela surgiu nas primeiras reuniões em que todos assistimos ao filme para criarmos identificadores da marca. Decidimos que deveria haver um novo elemento de inteligência artificial que imitasse o que acontecia no filme: você nunca sabe quem irá se transformar.”

Embora tenha feito algum sucesso quando chegou ao PC, PlayStation 2 e Xbox, vendendo mais de uma milhão de cópias, aquela criação da Computer Artworks nem de longe se tornou tão popular quanto o longa-metragem em que se inspirou. Por isso, seu iminente retorno pode ser considerado um belo presente para todos que gostem de passar um pouco de medo enquanto estão jogando.

Outro fator que me empolga nessa remasterização é a empresa por trás do desenvolvimento, a Nightdive Studios. Tendo se especializado em resgatar alguns títulos que andavam esquecidos, o estúdio fundado por Stephen Kick costuma fazer bons trabalhos nessa área (você não, Blade Runner: Enhanced Edition) e como a promessa é de que essa nova versão mantenha tudo o que fizeram com o original fosse bom, estou bastante confiante.

Ainda sem uma data prevista para o seu lançamento, o que sabemos é que The Thing: Remastered deverá chegar lá para o final de 2024, com versões para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox S|X. O jogo já ganhou uma página no Steam e nela temos uma lista com o que podemos esperar:

  • Lidere sua equipe ao longo de 20 níveis, onde você enfrentará criaturas aterrorizantes: de cabeças que se movem com patas de aranha e bípedes semelhantes a humanos até feras enormes com vários tentáculos.
  • Leve a interação para outro nível com a interface avançada de medo/confiança – O modo como você influencia o estado psicológico da sua equipe determina se os integrantes irão cooperar.
  • Veja de perto a iluminação dinâmica inédita, reflexos espetaculares, sombras e profundidade de campo, tudo isso complementado por modelos, texturas e ambientes aprimorados para criar um nível profundo de imersão.
  • Use armas com poder de fogo devastador, como metralhadoras, explosivos e lança-chamas para torrar seus inimigos.
  • Conquistas inéditas.
  • Aprimoramentos na jogabilidade para melhorar sua experiência nos mínimos detalhes.
  • Escolha várias formas de resolver os problemas que você enfrentará e cumpra seus objetivos.
The Thing

Crédito: Dori Prata/Meio Bit

Ainda guardo comigo a minha cópia de The Thing para o Xbox, primeiro por ser um grande fã do filme dirigido por John Carpenter, depois por gostar muito do que o pessoal da Computer Artworks nos entregou. Mesmo não sendo um jogo perfeito, ele possui algumas ideias muito interessantes e principalmente, consegue passar boa parte do clima de tensão presente na obra em que foi baseada.

Poder revisitar a história do capitão Blake e com algumas melhorias, como gráficos em 4K e 120 fps, faz com que eu considere essa remasterização imperdível e como lá se vão muitos anos desde que coloquei aquele DVD no console pela última vez, minha (falta de) memória se encarregará de garantir que jogar essa remasterização seja como uma primeira vez.

Outro relançamento em que a Nightdive Studios está trabalhando é o Killing Time: Resurrected. Lançado originalmente em 1995, apenas para o 3DO, um ano depois esse jogo de tiro em primeira pessoa recebeu uma adaptação para o PC, mas nem isso o ajudou a se tornar muito popular.

Nele seremos “um aluno que estuda o mundo enigmático da egiptologia e se vê preso na propriedade da rica herdeira Tess Conway,” diz a página da remasterização no Steam. “Quando um ritual para conceder vida eterna conduzido pela Sra. Conway dá errado e seus amigos da alta sociedade desaparecem sem deixar rastros, cabe a você achar e destruir o místico Relógio d’Água Egípcio para desfazer a maldição e enfrentar uma legião de horrores sobre(naturais).”

Confesso que esse nunca tive a oportunidade de jogar, mas para quem gosta de FPSs no estilo do início da franquia Doom, parece uma boa opção. A princípio o jogo não chamou muito a minha atenção, mas sempre defenderei que quanto mais títulos antigos tivermos acesso, melhor e se um dia eu me convencer de que esse merece uma chance, graças ao seu retorno será muito mais fácil experimentá-lo.

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