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Professor africano não espera acontecer e impressiona até a Microsoft

Existem países no mundo onde ciência e educação ainda são importantes. Um professor de Gana que o diga: o fato de a escola não possuir um mísero computador funcionando não o impediu de continuar a ensinar informática aos seus alunos, algo surpreendente até para a… Microsoft.

6 anos atrás

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Gana está longe de ser uma potência, mesmo pros padrões africanos. Com renda per capita de US$ 1.600, fica em 126º lugar entre as nações, mesmo aqui na Banânia nossa renda é de US$ 10 mil. A única saída para os 27 milhões de habitantes é investir em educação, e eles sabem disso. 95% das crianças estão frequentando escolas, e a proporção meninas/meninas é de 0,98; excelente levando-se em conta que a cultura da região não é exatamente fã do Women's Lib.

O problema é que não há muito dinheiro, e as condições são péssimas, como bem sabe Richard Appiah Akoto, um professor de uma escola primária em Sekyedumase, uma cidade tão minúscula que sua entrada na Wikipedia tem UMA linha.

Ele ensina entre outras coisas informática, mas os dois únicos computadores da escola, um de uso geral e seu laptop quebraram. Richard precisava de um jeito para continuar as aulas. Sem problemas.

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Desenhando de memória, ele criou réplicas no quadro-negro da interface do Microsoft Word, dando às crianças conhecimento teórico, até o dia se e quando a escola conseguir que seus computadores voltem a funcionar.

Ele postou as imagens no Facebook, com a legenda:

Ensinar computação em Gana é bem divertido. Computação no quadro-negro. Eu amo meus estudantes então eu tenho que fazer o que for preciso pra que eles entendam o que estou ensinando.”

O post viralizou, e logo a história chegava a um monte de gente importante, inclusive na Microsoft.

Quase exatamente um mês depois, Richard viajava pela primeira vez de avião e para fora de seu país. Ele foi parar na Malásia, no Microsoft Education Exchange, um evento que reúne 400 educadores de 91 países, para aprender, divulgar e conhecer a realidade e as experiências de gente do mundo todo.

O com certeza desnorteado Richard foi para o palco contar sobre seu dia-a-dia.

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A história não acaba aqui. Além da viagem a Microsoft incluiu a escola de Richard em seu programa educacional, e se comprometeu a doar softwares e equipamentos.

Ao mesmo tempo outros estão colaborando. Amirah Saeed Alharthi, da Universidade de Leeds, Reino Unido doou um laptop pra molecada:

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A NIIT, uma multinacional indiana especializada em treinamento doou três caixas de livros, cinco desktops e um laptop pro professor Richard.

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É só o começo, e o mais legal é que Richard Akoto não postou as imagens originais para se fazer de coitado ou mostrar como seus alunos são sofredores. Em um mundo onde temos tanta gente precisando e pedindo, acabamos nos tornando meio indiferentes, e por isso mesmo nos sensibilizamos quando vemos pessoas que ficaram de saco cheio de esperar e correram atrás.

Richard quer ensinar e seus alunos querem aprender, apesar de todas as adversidades. Isso incentiva muito mais quem quer ajudar do que se ele estivesse parado dizendo que gostaria de dar aula mas não tem infra então não pode fazer nada.

De resto, a melhor de todas as notícias é que não foi doado nenhum OLPC pra escola.

Fonte: Microsoft.

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