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Maioria dos estudantes não consegue identificar notícias falsas

Notícias falsas e jabás disfarçados são praga na internet faz tempo, mas agora um pessoal em Stanford descobriu que os jovens descolados internautas são PÉSSIMOS em identificar esse tipo de conteúdo.

7 anos atrás

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Na temporada passada South Park denunciou o sujo mundo do “conteúdo patrocinado”, não no sentido dos publieditoriais claramente identificados, mas marmotagens mais sutis, como matérias falando sobre como cabelo crespo causa câncer, cercadas de anúncios de creme alisante.

Sem a pretensão de ser empresa jornalística, sites de clickbait como os Buzzfeeds e Huffington Posts da vida usam e abusam da técnica de disfarçar conteúdo pago como se fossem posts orgânicos. Tipo isto:

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Esse tipo de conteúdo virou uma epidemia. E só piora. A última eleição foi repleta de sites de “notícias” totalmente tendenciosos, e nem falo no nível d'O Globo que chama imigrantes ilegais de “indocumentados”, é bem pior.

As notícias desses sites são repassadas sem nenhum critério exceto serem o que o sujeito que repassa quer ler. Veracidade é apenas um detalhe. As pessoas não ligam e não sabem identificar uma notícia real.

Foi o que comprovou uma pesquisa da Universidade de Stanford. Eles investigaram 7.804 estudantes, entre colégio e faculdade, e descobriram que assustadores 82% deles não conseguem identificar se uma notícia é falsa, se é um jabá ou apenas uma mentira.

Esta aqui por exemplo a maioria acha que é falsa:

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Essa incapacidade é alarmante. Segundo a pesquisa…

82% dos estudantes de nível médio não conseguiam distinguir entre um anúncio marcado como ‘conteúdo patrocinado’ e uma notícia real.

2/3 deles não conseguiam achar um motivo válido para desconfiar de um texto de um executivo de banco explicando porque jovens adultos precisam de consultoria financeira. 4 em 10 estudantes acreditaram, baseados na manchete, que uma foto de margaridas deformadas era prova significativa de contaminação tóxica perto de Fukushima, com base apenas… na foto”.

A internet é uma imensa câmara de eco, é muito fácil você ignorar o que não gosta, isso causa uma perda de perspectiva. As pessoas preferem repassar as informações sem se preocupar com a veracidade, como nos tempos da Velha Mídia, que ao menos em teoria tinha toda uma ética e responsabilidade com o que publicava.

Atribuem aos Buzzfeeds da vida a mesma credibilidade de um Washington Post, e o pior: não ligam quando de novo e de novo essa credibilidade é mostrada como infundada.

Falta aos millennials e — ok, falta a todo mundo — bom-senso, pensamento racional, ceticismo. Falta atribuir um pouco mais de importância ao que se lê e repassa, falta parar, pensar e tentar deduzir se uma informação é falsa.

O Google não morte, o e-farsas não cobra pelo acesso. Eu entendo que é doloroso não postar algo que você quer que seja verdade, mas ainda não vivemos nos tempos da Wikiality, a realidade não é determinada por consenso.

Infelizmente isso não vai acontecer. A forma mais rápida de ser mal-visto online é corrigir um post errado de alguém. Na MELHOR das hipóteses o sujeito apaga o post, mas não sobe uma correção.

Abraham Lincoln dizia que você pode enganar todo mundo por algum tempo, e algumas pessoas o tempo todo mas não pode enganar todo mundo o tempo todo. A internet veio provar que ele estava errado.

Fonte: The Wall Street Journal.

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