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Telescópio impresso em 3D com Lumia 1020

É um dos usos mais originais de impressoras 3D, nuvem, celulares e cultura colaborativa: um projeto onde telescópios impressos saem muito mais baratos que os convencionais, trabalham em conjunto e produzirão resultados com qualidade profissional. A captação de imagem é feita com um Lumia 1020!

9 anos e meio atrás

lumiascopio

Pro uso doméstico impressoras 3D só servem pra enriquecer os donos da Tok & Stok e da IKEA, todo mundo acha que comprou um replicador de Jornada nas Estrelas, descobre que leva horas pra imprimir um bonequinho e depois de algum tempo ela vai pro canto do escritório, junto com o videofone, a máquina de fax e o scanner de cartão de visitas.

Já no âmbito (semi)profissional, as impressoras 3D podem ser excelentes, há gente criando próteses mecânicas, fazendo prototipação rápida, imprimindo peças de reposição para sistemas não-críticos e muito mais. Agora surgiu um projeto que utiliza essas impressoras como devem ser utilizadas: como ferramentas, é a Open Space Agency. Embora voltado para… todo mundo, vai além de algo divertido para amadores, a OSA é ciência de verdade, colaborativa e feita por gente como eu ou você, com mais “resultado” do que o SETI@HOME.

A idéia — ousada — é produzir imagens com qualidade científica a um custo uma ordem de magnitude inferior ao atual. Como? Colaboração.

O projeto  Ultrascope é todo OpenSource, quando estiver maduro tudo será liberado, inclusive código-fonte dos softwares e gabaritos para impressão 3D e corte a laser das peças.

Fruto da mente de James Parr, o Ultrascope foi rapidamente abraçado pena Microsoft/Nokia, afinal, convenhamos, é um uso muito mais nobre para um Lumia 1020 do que tirar fotos de gatos ou selfies. Veja James falando do projeto:

http://www.youtube.com/watch?v=P4fuABCtMwQNokia — Lumia 3D Printed 'Ultrascope' #MakeItHappen

Como funciona:

Através de um consenso define-se quais objetos serão observados. Seu telescópio, controlado por um notebook rodando Windows baixará os dados observacionais, direcionará o telescópio via Arduíno apontando-o para o objeto e cuidará do tracking, mantendo o objeto enquadrado, compensando a incômoda rotação da Terra. (ou do Universo, se você for geocentrista).

Um Lumia 1020 e sua câmera de 41 Mp coletará os fótons ao final de sua viagem de dezenas, milhares ou mesmo milhões de anos-luz. Essas imagens serão enviadas para um servidor que combinará imagens do mesmo objeto enviadas de N outros telescópios. Essa técnica se chama interferometria e é usada o tempo todo em observatórios “de verdade”.

Boa parte da astronomia é feita por amadores. Cometas e asteróides são descobertos toda hora por gente que agrega os dois mais importantes requisitos para uma carreira bem-sucedida em astronomia amadora: insônia e um quintal. Com um projeto como o Ultrascope em teoria teríamos a resolução de um telescópio do tamanho de Metade da Terra, se gente suficiente participar.

O que dá pra fazer sendo astrônomo amador? Bem, amador em termos. O maior telescópio da Universidade do Espírito Santo é um Meade de US$ 2.600,00. Robert Gendler é um astrônomo amador que usa um Takahashi FSQ-106ED, de US$ 5.150,00. Em compensação ele faz imagens como esta do centro da Via Láctea:

GSC_6273_289

Clique aqui para engrandalhecer

No site de Robert você acha uma versão ainda maior, 5000 × 3329 pixels. Ele não disponibilizou o arquivo original, com 1,25 GB e 25.962 × 17.294 pixels. Amador my ass.

Imagine que em breve vamos estar ajudando a produzir imagens assim. Eu topo!

Fonte: Nokia.

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