3G pode não ser essa maravilha toda

As operadoras vendem cenários maravilhosos, tempo de resposta negativo -antes de acessar ele já carregou- velocidades inimagináveis, TV, vídeo, download de músicas, jogos que fazem o Crysys parecer o SNAKE dos primeiros Nokia... mas quem usa transmissão de dados com regularidade sabe que não é assim que a banda toca.

Conexões caem, algumas células ODEIAM entrar em modo de transmissão de dados então enquanto estamos em sua cobertura, só podemos falar e olhe lá. A tal velocidade maravilhosa do GPRS, que depois foi substituída pelo EDGE, bem... em teoria o EDGE daria 150Kbps, mais do que o link ISDN de 128Kbps que tive nos primóridos da banda "um pouco mais folgada" da Telemar.

Em condições reais o EDGE não passa de uma linha discada. Dada a latência, se torna uma linha discada em um dia ruim. NUNCA, JAMAIS uma conexão de dados de celular em meus textos se comportou como o anunciado na propaganda, vendido pelos "especialistas" e reportado pelos duplicadores de press release.

Agora com o 3G, esse SIM será a Salvação. Como o GPRS seria da ligação analógica de dados, como o EDGE era o nirvana, será o 3G, com velocidades inimagináveis, vídeos, TV... é, você já viu esse filme.

Uma conexão via cabo da Virtua de 3Mb engasga no YouTube. É virtualmente (sem trocadilhos) impossível uma transmissão TCP/IP encapsulada em uma rede de celular fazer melhor do que isso.

Só que o pessoal do marketing não quer saber. Estão enfiando goela abaixo dos consumidores que o 3G mudará o mundo, sem um teste em condições reais. Não adianta ter 5G se a ERB do finalzinho da Dutra nunca aceita conexão de dados, pombas.

O perigo aqui é que a propaganda joga as expectativas nas alturas. Isso gera consumidores com uma visão irreal do que deveria ser um serviço de comunicação de dados em celular, e as operadoras não fazem nada para desmentir, na verdade incentivam.

Resultado? 48% das reclamações contra operadoras envolvem 3G.

Fonte: Só se for sem fio