San Picciarelli 11 anos e meio atrás
Minha visão e opiniões podem estar terrivelmente enganadas, mas mesmo que excetuemos a atual iPadificação dos formatos disponíveis de comunicação, ainda não temos a oferta de serviços que fazem realmente sentido, que sejam congruentes, eficientes e honestos.
É o que tem para hoje, sabemos. Entretanto, há muito o que criar e se conquistar e fico o tempo todo com a impressão de que, por conta desse imenso mar de possibilidades, alguma startup milionária vai pipocar atrás dos meus olhos. Não seria ótimo?
O facto é que quanto mais eu vejo, mais eu percebo que o SMS deve (ou tem que) desaparecer. Aliás, já não iria sem tempo, embora ainda esteja muito presente.
O mesmo vale para o formato atual de telefonia celular, que para o bem maior de todos (e um pouco menos para o bolso das operadoras), tem que evoluir e realmente se fundir à internet.
Um estudo recente conduzido pela Pew Internet & American Life Project mostrou que 92% dos usuários utilizam criteriosamente seus smartphones para enviar mensagens curtas de SMS, tornando-o no aplicativo mais utilizado em todo o mercado mobile. (Angry Birds que nada...)
Em outras instâncias, a outros aplicativos são atribuídas tarefas como acesso à Internet (84%), envio de fotos e vídeos (80%) e a leitura de e-mail (76%).
O estudo também mostrou que a maioria dos usuários de smartphones utiliza uma ampla variedade de aplicativos, sendo que 64% deles relataram utiliza-los para gaming, 59% para acessarem redes sociais e 54% para assistirem à vídeos.
Um número curioso foram os apenas 15% da amostra que utilizam seus smartphones para acessar o Twitter, uma das redes sociais mais populares na internet.
Apenas uma restrita minoria utiliza dumbphones para acessar a internet (15%), enviar ou receber e-mails (10%) e jogos (14%), enquanto que um pouco mais de um terço de toda a mostra de usuários destes aparelhos tradicionais (36%) os usam para tirar fotografias, não necessariamente compartilhando-as na rede.
Embora os smartphones ofereçam uma ampla variedade de aplicativos em relação aos seus primos mais humirdes (dumbphones), eles ainda são disparados uma imensa minoria. A Pew mostra através dos números que apenas pouco mais de 1/3 dos adultos norte-Americanos (35%) possui um smartphone.
Isso deve valer, possivelmente, o mesmo para o Brasil e outros países também. A razão de smartphones contra dumbphones no mundo ainda é muito pequena. Ta aí a Nokia que não me deixa mentir...
Esse estudo se alinha perfeitamente a uma outra pesquisa feita pela Nielsen sobre Gaming que mostrou que 64% dos usuários jogaram algum jogo no último mês em seus aparelhos no período avaliado.
Ainda nesse espectro (Games) e considerando plataformas, iOS, Android e WP7 - nessa ordem - lideram indubitavelmente o mercado mobile de jogos, onde mais de 2/3 dos usuários de cada base jogou algum jogo no último mês avaliado.
Blackberries, como era de se esperar, não são tão divertidos assim e apenas 24% de toda a sua brutamontesca base usou o aparelho para jogar alguma coisinha. Outras aplicações populares incluem aplicativos meteorológicos (60%), redes sociais (56%) e mapas online/gps (44%) de acordo com a mostra da Nielsen.
Ou seja, assim que aplicativos de mensagens curtas gratuitos e realmente seguros como o BBM (Blackberry Messenger) e outros de VoIP como o Skype realmente pegarem - mas, pegarem mesmo - a viabilidade do SMS tende a sumir. Isso só deve acontecer quando tivermos um 10G ou 15G de velocidade com preço mais acessível que o GPRS/EDGE. Ou seja, vai buscar um café que o forno ainda tá frio...
Pessoalmente, acho o SMS um roubo à mão armada em troca de um serviço porco e sem sentido mas que, curiosamente, ainda reina. O que é necessário para mudar isso já agora? Paradoxalmente, menos dumbphones e mais smartphones. Muitos mais. Mas bota muitos mais nisso.
O mesmo vale para as operadoras de telefonia celular, que serão mesmo forçadas à evoluir e trabalhar direito, incluindo sua infra-estrutura de uma vez por todas à internet e sem marmotagens de segurança e analytics, comprometendo totalmente a segurança de dados do usuário.
É uma pena que não existam estudos que revelem quais são os mesmos números no Brasil, o que obriga-nos a compreender cenários tão díspares seguindo sempre a mesma base: a da Gringa.
O estudo da Pew.