Rodrigo Ghedin 12 anos atrás
O site da BBC trouxe, hoje, uma reportagem sobre Milo, um sérvio de 26 anos que vive na Áustria e que, há dez anos, perdeu os movimentos da mão direita num acidente de moto. Após uma década com esse problema, ele tomou uma decisão drástica: amputar a mão que não funciona mais para, em seu lugar, colocar uma biônica.
A amputação consentida para substituição por membro biônico de Milo é a segunda de que se tem notícia. Ambas foram conduzidas pelo cirurgião austríaco Oskar Aszmann. A técnica que ele utilizou é bastante sofisticada; para os pacientes, o uso das mãos biônicas é natural, já que elas funcionam baseadas nos mesmos impulsos cerebrais que ativam as funções motoras das mãos de carne, osso e músculos.
O primeiro paciente a passar pelo procedimento com sucesso foi o austríaco Patrick, hoje com 24 anos, no ano passado. À BBC, Patrick contou que a primeira reação dele após a cirurgia foi "Ah meu Deus, eu tenho uma mão nova!". Não dá para estimar a felicidade que Patrick e Milo tiveram após as suas cirurgias, né?
Patrick teve os movimentos da mão esquerda debilitados após um acidente de trabalho, onde recebeu uma descarga elétrica violenta. Seu caso, bem como o de Milo, eram virtualmente irreversíveis. O Dr. Aszmann diz que a difícil decisão pela amputação e troca por um membro biônico é indicada para quem não tem perspectivas de melhoras pelos métodos tradicionais de recuperação (cirurgias e/ou fisioterapia).
"Milo tem hoje 26 anos e quer seguir seu caminho. Para reconstruir sua mão biologicamente, ele teria que se submeter a um tratamento sem fim e, no fim das contas, ele talvez ainda teria a mão não funcional. (...) [Tudo] É pensando no interesse do paciente, em lhe prover uma solução com a qual ele possa viver bem, por isso não tenho problemas em cortar a mão dele."
Patrick já se mostra bem habituado ao braço biônico. Neste vídeo produzido pela BBC (que não deixa incorporá-lo em outras páginas, ou esconde bem o código), ele consegue abrir uma garrafa, despejar o líquido num copo e bebê-lo, bem como amarrar o cadarço do próprio tênis. Ele ainda mostra o rapaz testando uma nova versão da mão biônica, agora com seis sensores (a atual conta com apenas dois). Esses sensores extras lhe conferem habilidades novas, como girar o pulso e abrir e fechar os dedos.
Imagine o que será possível daqui a dez, vinte anos?