Rodrigo Ghedin 12 anos atrás
O Instagram é um fenômeno cultural, e eu ainda não consigo entender a razão. Ele tira fotos e funciona como uma rede social. Até aqui, tudo ok, existem tantos outros sites parecidos, fiquemos no Flickr para citar apenas um.
O grande diferencial do Instagram, porém, são os filtros. Com um clique, você dá àquela foto bonita, tirada com a super câmera do iPhone, o aspecto de velha. Ou de queimada. Ou de lomografia. Enfim, você detona a foto antes de publicá-la.
Opiniões à parte, parece que eu sou minoria, afinal, o Instagram não só não para de crescer, como está se tornando uma verdadeira plataforma de negócios na web. Já rolam promoções e campanhas publicitárias no último recanto hipster da Internet.
Mesmo restrito ao iOS (iPhone/iPod touch), o Instagram já é popular. E como hipsters gonna hate o que quer que seja popular, chegou a hora de evoluir para o próximo nível. E se for via ressurreição de algo velhaco que já na sua época era de utilidade duvidosa e baixa popularidade, melhor ainda!
Em 1998, a Nintendo lançou um acessório para a sua linha de Game Boy chamado Game Boy Camera. Era uma câmera pra lá de inútil para o portátil mais popular da época, o primeiro acessório a estender os recursos do Game Boy, dando-lhe alguma coisa além da simples jogatina.
Apesar do caráter inovador, na prática os resultados era deprimentes. As fotos eram em preto e branco com a paleta de quatro tons do Game Boy. Resolução? Menor que a de um avatar do orkut velho, 128x112. Veja um exemplo ao lado. Além de tirar fotos e visualizá-las no próprio aparelho, havia alguns joguinhos embutidos.
Os mais abastados podiam, ainda, comprar a Game Boy Printer, uma impressora térmica para imprimir as "fotos". Usava seis (!) pilhas AA e pedia um papel especial, com o verso adesivo, chamado Game Boy Printer Paper.
Corta para 2011. Já considerado o sucessor do Instagram, está disponível na App Store por apenas US$ 0,99 o 8-Bit Pocket Camera. O app oferece os mesmos recursos do Game Boy, com alguns extras frutos da modernidade, como integração com redes sociais, mais filtros, edição da borda e cor predominante e exportação no formato PNG. Um delírio.
Eu diria que algo assim está fadado ao fracasso, mas depois do case Instagram, não duvido de mais nada.
Via Cult of Mac.