Carlos Cardoso 5 anos e meio atrás
Algo sinistro pode estar acontecendo no Atlântico Sul. Durante uma viagem de rotina de Ushuaia para Mar Del Plata, o San Juan, um submarino da Armada Argentina parou de se comunicar. Já se totalizam 48 horas sem nenhum sinal, e já se espera o pior.
Com 62 metros e 2.100 toneladas de deslocamento, o San Juan é um dos 6 submarinos classe TR-1700 encomendados à Alemanha, dos quais só foram feitos dois. Completado em 1983 e incorporado em 1985, o barco de 32 anos já está bem velhinho, mas passou dez anos atrás por uma grande reforma.
Embarcações perderem comunicações não é nada inédito, mas ao menos em teoria embarcações militares possuem diversos mecanismos alternativos. Não que a Argentina tenha redes de receptores VLF espalhadas pelo solo do oceano, mas ao menos um telefone de satélite devem ter.
Em último caso sempre poderiam se aproximar da costa até captar sinal de celular, mas nada disso foi feito ou detectado. É possível que o San Juan tenha sofrido uma pane elétrica total, o que é muito ruim. O tempo não está exatamente convidativo na região, e é BEM desagradável enfrentar uma tempestade em um barco feito para navegar debaixo d'água.
A última posição conhecida do San Juan o colocava a quase 600 km da costa.
Há relato de um incêndio no compartimento de baterias, mas isso não foi confirmado. Uma imagem circula com o que seria o comunicado interno da Armada Argentina avisando do desaparecimento:
Chile, EUA e Reino Unido já ofereceram apoio logístico para tentar localizar o barco perdido. A Argentina está fazendo buscas com o destroyer destroyer Sarandí e as corvetas Rosales e Drummond. A NASA está vasculhando a região com um avião P-3 Orion, ironicamente um caça-submarinos adaptado que estava baseado em Ushuaia.
A Argentina ainda tem esperanças que o San Juan chegue ao porto normalmente. Esperemos, para o bem dos 44 tripulantes, que isso aconteça, ou que sejam encontrados. Uma das regras básicas é que no mar um marinheiro em apuros não tem bandeira. São todos irmãos.
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