Carlos Cardoso 8 anos atrás
Finalmente uma vitória nessa luta perdia contra as máquinas. Ao menos por enquanto ganhamos deles em um ponto específico, como descobriu a Mercedes, e por causa disso vários robôs estão sendo mandados pra rua.
Henry Ford dizia que os consumidores poderia comprar seu Modelo T na cor que quisessem, desde que fosse preto. De lá pra cá os consumidores se tornaram mais exigentes, querendo bens de consumo produzidos em escala industrial, mas cada vez mais personalizados. Mesmo um carro popular como o Fiat Panda tem centenas de opções diferentes de configuração.
Carros mais caros são muito mais customizáveis pois o dono de um Ford Ka se conforma em passar por vários iguais, já quem compra um Aston Martin DB9 quer exclusividade. Imagine quem dá US$ 300 mil numa Mercedes SLS Black Cabriolet:
As variações são inúmeras e delicadas. O S-Class por exemplo oferece 4 opções de cor da tampa da válvula de ar. Robôs industriais são péssimos para lidar com tantas variáveis, além de grandes demais. Principalmente: eles não podem trabalhar junto de humanos, é perigoso demais.
Se for decidido mudar a linha de produção robôs precisam ser reprogramados e isso demora semanas. A Mercedes percebeu que trabalhadores treinados com máquinas menores são uma excelente combinação, muito mais flexível que robôs.
Claro, continuarão a existir muitos robôs fazendo o trabalho pesado, mas Mercedes, BMW e Audi já estão testando linhas de montagem híbridas, ao menos enquanto robôs versáteis e delicados o suficiente estejam indisponíveis. Porém não duvido que quando robôs atingirem esse grau de flexibilidade e autonomia não só estarão exigindo salário como se ressentirão da origem do nome, que tem sua etimologia na língua proto-eslávica como “orbota”, significando “trabalho escravo”.
Eles preferirão ser chamados de aço-americanos.
Fonte: Bloomberg.