Calma no andor, o motor mágico de foguetes NÃO foi confirmado.
Lembra do EmDrive, aquele motor altamente improvável que produziria reação sem ação, e intrigou um monte de cientistas? AINDA não foi desacreditado, mais experimentos mostram resultados interessantes. Ou seja: a chance de passarmos um fim de semana em Saturno nos próximos 20 anos ainda não é 0%, mas só uns 0,000001%.
Carlos Cardoso 8 anos atrás
Ano passado falamos sobre resultados preliminares de um teste do tal EmDrive, um equipamento que vem apresentando resultados curiosos, violando algumas Leis Fundamentais da Física, de forma bem simplificada seria equivalente a você puxar os cadarços dos sapatos e se propulsionar pra cima.
O problema é que o EmDrive não é o clássico projeto de picaretas com seus carros a água e moto-contínuos. A força gerada é muito pequena, o projeto é todo publicado, os criadores não possuem uma teoria maluca para explicar e pediram encarecidamente que todo mundo replicasse o experimento.
ESSA é a base da ciência, observação experimentação e replicação. Já aconteceu antes, quando Fleischmann e Pons acharam que tinham descoberto Fusão Nuclear em temperatura ambiente, ou no caso dos neutrinos supra-luminosos.
Agora Martin Tajmar, Professor de Sistemas Espaciais da Universidade de Tecnologia de Dresden publicou um paper (cuidado, PDF) onde testaram o negócio e detectaram forças dentro do previsto. De novo, eles tentaram ao máximo eliminar os erros e fontes de interferência, o foco do experimento foi essencialmente esse, mas nada é garantido.
Esse tipo de resultado é encorajador, mas corremos o risco de acontecer o que aconteceu com a Fusão a Frio. Tanta gente fez experimentos que estatisticamente vários foram contaminados e isso gerou resultados positivos o suficiente para manter a hipótese viva.
Não ajuda, claro, jornaleiros como essa dona do Telegraph que pega uma matéria que significa “Outro experimento apresenta resultados interessantes” e transforma em “Motor impossível de foguete funciona e pode chegar na Lua em 4 horas”.
Portanto, ficadika: aguardemos. Pode não ser nada, 99,999% de chance de ter uma explicação mais simples pro fenômeno; mas que continuem os experimentos, até um resultado realmente conclusivo.
