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Combater roubo a banco? Nada, deveríamos estar combatendo a pirataria

17 anos atrás

Está é uma das mais incríveis sandices já ditas em defesa do combate à pirataria. Através de inúmeros artigos, nossa opinião é conhecida pelos leitores. Mas veja como a defesa cega de um argumento pode acabar virando um besteirol tremendo:

Rick Cotton, conselheiro da NBC/Universal deve estar gagá, pois defende que a sociedade gasta dinheiro demais contra crimes como assalto a mão armada, fraudes, furto e roubo a banco; deveríamos estar é combatendo a pirataria.

E o principal argumento é que ao serem somados, nos EUA, os crimes citados "custam" U$ 16 bilhões, enquanto a pirataria chega na casa dos centenas de bilhões em propriedade intelectual.

O ArsTechnica tem toda razão quando declara que eles estão misturando alhos com bugalhos. Assalto, furto, roubo pode resultar em morte da vítima, destruição de propriedade física e não propriedade intelectual.

Adoramos comparar software, música, vídeos e jogos com carros, mas são coisas distintas. Um furto de um automóvel e uma cópia pirata de um software qualquer são crimes perante a lei brasileira. Mas concordo com os leitores quando dizem que há uma distorção muito grande entre um crime e outro.

Outra coisa apontada é que os números das perdas com licenças de propriedade intelectual parecem extremamente exagerados. Centenas de bilhões de dólares? Será que o Li Cheng da vida, que ganha 60 dólares por mês pode comprar um DVD do Batman por 20 dólares?

É preciso usar de bom senso, cada vez mais raro hoje em dia. Dizer que 10 mil cópias piratas vezes 50 reais é a perda real de uma empresa, é evitar a realidade e inflar o problema de forma artificial. Há um problema, sério, principalmente no campo de produtos de baixíssima qualidade, como brinquedos falsificados, que contém tinta rica em chumbo. Ou dentifrício vendido em camelôs, proveniente da China, contendo substâncias tóxicas.
No caso de software, há uma perda fiscal e de empregos, mas ninguém chega a morrer por causa disso. Ter sua casa arrombada e sua família ameaçada é muito diferente de copiar o Photoshop.

Sei que é duro caras como o Rick "Algodão" Cotton aceitar isso, mas besteiras como essa fazem a indústria pirata rir, porque faz com que os argumentos corretos sejam esquecidos e ninguém mais seja levado a sério.

Fonte: Arstechnica

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