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Nova droga pode ajudar a “cortar o barato” causado pela maconha

Droga aumenta a produção de ácido cerebral, que atua no cérebro anulando a sensação de recompensa causada pela maconha

10 anos e meio atrás

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Recentes estudos tem ajudado a desvilanizar a maconha como droga perigosa, como o que atesta que ela não reduz o QI como se pensava. Ela é utilizada pela humanidade há muito tempo, e de uns tempos para cá seu uso medicinal vem sendo mais difundido.

O problema é o vício: até então não havia nenhum medicamento capaz de cortar o efeito psicotrópico do THC nos receptores de recompensa do cérebro e a indução ao estado de euforia sem anular suas outras propriedades, ou resumindo, não dá para fazer um remédio de cannabis que não "dê um barato" e acabe por viciar o usuário. Entretanto uma recente pesquisa do Instituto Nacional de Abuso de Drogas norte-americano (NIDA) mostrou que esse problema pode ser contornado, ainda que com ressalvas.

No artigo os pesquisadores utilizaram um droga capaz de aumentar os níveis de produção do ácido quinurênico, que é produzido pelo cérebro e sabe-se que possui propriedades anti-convulsantes e é utilizado no tratamento de desordens neurológicas, como a esquizofrenia.

A pesquisa publicada na Nature Neuroscience abrange três experiências distintas. Numa delas, a droga Ro 61-8048 foi injetada em ratos e macacos e foi constatado que o nível de produção do ácido aumentou, este atuando em vários centros de recompensa de seus cérebros que não esboçaram reação após uma administração de THC, o que acabou por não liberar a dopamina, o hormônio que causa a sensação de prazer nos espécimes.

Em outra macacos-esquilo foram condicionados a se auto-administrarem THC através do acionamento de um botão. Em pouco tempo as cobaias ficaram evidentemente viciadas, chagando a acionar o mecanismo 1,2 vezes por segundo. Ao administrarem a droga, o índice de acionamento do mecanismo caiu 80%, e foi normalizado após passado o efeito. No terceiro experimento foi testada a possibilidade de recaída: os níveis de THC injetados nos macacos através do acionamento do botão foi sendo reduzindo até chegar a zero, o que levou eles pararem de acioná-lo. Após uma injeção sem aviso, eles voltaram a apertar os botões furiosamente. Mas uma injeção do Ro 61-8048 antes da administração do THC não causou alteração nos macacos - muito provavelmente porque a sensação de recompensa não foi repetida.

Entretanto há uma observação importante: níveis altos de ácido quinurênico estão relacionados a casos de doenças neurológicas tais como Alzheimer e Parkinson. Como a pesquisa ainda está no início a da equipe é elevar os níveis do ácido em um nível seguro e manter o cérebro estável, até porque como o doutor da Universidade de Maryland e co-autor do projeto Robert Shwarcz diz, "muita dopamina no cérebro é ruim para nós, mas pouca dopamina também é". Caso tenham sucesso o uso de maconha como remédio poderá ser expandido e de quebra se tornar um tratamento mais eficaz em casos de vício.

Fonte: Smithsonian.

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