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Inception: James Bond pulou para dentro de Matrix

Inception, novo filme de Christopher Nolan, trata de espionagem industrial dentro dos sonhos das pessoas. Ficção de ótima qualidade!

14 anos atrás

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Tecnologia. Do vernacular grego do século XVII “tekhnologia” (τεχνολογία) ou “tratamento sistêmico”. Dos termos “téchnē” (τέχνη) ou ‘arte, habilidade, ofício’ e -logía (-λογία) ou ‘o estudo de…’.

Historinha…

Em tempos que eu nem me importo em datar, segurança significava um cadeado enorme, códigos e um lugar o mais escondido possível. A história passou e não são mais cobiçadas as peças e tesouros porque simplesmente tudo ficou imaterial. A moeda virou byte e o lance passou a ser impedir a entrada e não mais ‘esconder o ouro’. Começou então a caça à informação e o ditado ‘conhecimento é o verdadeiro poder’ jamais seria apenas só mais uma frase…

Como diziam nossas avós “se quiser manter segredo, não conte a ninguém”. Como não é sempre tão possível manter coisas como muita grana em segredo, o mundo se armou de multi-catracas e criptologia para evitar que alguém bote a mão no seu suado pote de bytes de ouro…

Mas e se você quisesse manter os seus próprios segredos em segredo? Haveria tecnologia capaz de descobrí-los?

Essa é a pergunta que fez o incrível diretor Christopher Nolan (Memento, Batman) naquele que pode ser o mais filme mais bacana dos últimos tempos. Com as melhores críticas do ano e recordes de bilheteria, a película estreou nos EUA trazendo de volta o filme "cabeça" de que todos os amantes de Matrix já sentiam falta.

Historiaça…

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Imagine um espião industrial capaz de roubar informações das pessoas quando elas estão mais vulneráveis: quando estão sonhando. Isso seria extrair a informação, para depois usá-la como o caboclo bem entender.

Agora, imagine que o mesmo espião possa além disso, inserir novas informações dentro da cabeça de sua vítima, criando todo um novo cenário e explorando-o ainda mais. A isso se daria o nome de “incepção” (Inception, mas que no Brasil deram a feliz alcunha de “A Origem”).

Inception é um complexo thriller de ficção científica que está prometido para estrear no Brasil em 6 de agosto e conta a história de Dom Cobb, um ladrão de sonhos a serviço de um novo mercado de espionagem industrial. Mais do que apenas penetrar e extrair informações sigilosas de suas vítimas, ele detém uma rara habilidade de 'plantar' novas informações e causar um senhor estrago.

Essa temível habilidade lhe possibilitou criar o que no filme é chamado de ‘sonho compartilhado’, onde o invasor não só cria e implanta novas imagens e cenários, como também participa deles dentro da cabeça do pobre coitado — levando temas curiosos como memética e semiótica para proporções hercúleas. Já está embolado ou curioso o bastante?

História?

Fora da ficção, é possível acessar diretamente os sonhos de alguém?

No filme, os bad-lads utilizam uma droga chamada Somnacin e uma máquina apelidada de PASIV — Portable Automated Somnacin IntraVenous Device, o que hoje conhecemos como a boa e velha Ressonância Magnética só que (no filme) do tamanho de uma maleta executiva.

Com alguns eletrodos e em poucos minutos, a RM já é capaz de fotografar diferentes áreas ativas do cérebro que depois são traduzidas em imagens através de programas capazes de indicar — de uma maneira ainda rudimentar — que tipo de imagem estava sendo vista pela pessoa analisada.

No filme, a coisa é bem diferente… Na vida real até somos capazes de gravar ‘o sonho de alguém’, mas sem todo o perigo (ou a diversão) de compartilhar com mais alguém.

Drogas como a fictícia Somnacin não são uma realidade para controlar a mente de uma pessoa domindo. Entretanto, existem outras drogas que podem modular drasticamente o sono de uma pessoa, como por exemplo o Modafinal, que promove um estado constante de vigília. Tudo ainda bem longe do proposto pelo autor do filme.

Em Inception, os sonhos se passam muito mais lentamente que o tempo real e há ainda um efeito de sub-camada para o tempo. Isso quer dizer que se você sonhar dentro de outro sonho, o tempo passa ainda mais devagar. Embora seja muito bacana e talvez uma das atribuições mais inteligentes do filme, isso é mesmo ficção cinco estrelas.

Tema incrivelmente original, diretor espetacular (na minha opinião um gênio), elenco de primeira e uma chamada bagarai de bacanuda:

Em (agosto), a cena do crime é a sua mente.”

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