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Austrália considera música da Katy Perry risco biológico

Austrália classifica Katy Perry como risco biológico. Eu sei, isso não iria te impedir, vale o risco, etc, mas na verdade foram as sementes de brinde no CD dela, que podem ser de espécies invasoras, ameaçando todos aqueles inocentes e inofensivos bichos e árvores venenosas da terra do Mel Gibson.

10 anos atrás

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Existe uma idéia equivocada de que evolução significa melhoria, quando em verdade ela é adaptação. Um organismo não é melhor do que outro, é adaptado para uma determinado ambiente. Isso pode chegar a extremos, como os pandas, que ainda são carnívoros oportunistas, mas subsistem com uma dieta exclusivamente de broto de bambu, se for o caso. Claro, a dieta levou a fraqueza, lentidão, desânimo e inibição da libido, como todo vegetariano sabe, mas dentro do seu nicho, eles funcionam.

Na natureza esse equilíbrio era mantido pela distância. Um urso polar faria a festa com uma dieta de pinguins, mas como vivem em extremos opostos do planeta, não há essa preocupação, isentos de predadores terrestres, podem se dar ao luxo de desaprender a voar e fazer ninhos a céu aberto. Com o advento da sociedade moderna, começamos a zonear isso, migrando para terras distantes levando nossos animais. Isso criou pragas de gatos e coelhos, que se desenvolvem em regiões sem predadores naturais, consumindo recursos e destruindo a ecosfera local.

Isso ocorre também no reino vegetal. Ao contrário do que os ecochatos acreditam, as plantas competem ferozmente entre si, brigando por recursos como luz e nutrientes. Uma espécie invasora pode dizimar rapidamente uma nativa. Na Flórida 26% da vida animal e 1/3 da vegetal é composta de espécies invasoras.

A Austrália, por ser bem isolada, sofre muito com isso,e não gostou nada da gracinha do último CD da Katy Perry.

Com o intuito de promover o espírito “as plantinhas nossas amiguinhas”, o álbum da voluptuosa cantora vem com sementes para as fãs plantarem e (argh, gorfei)espalharem a luz”.

Como alguém na equipe de produção não era completamente retardado, decidiram que os CDs trariam sementes locais, ou seja: CD dos EUA traz sementes dos EUA; CD da Austrália, alguma coisa da Austrália; e o CD da Miley Cyrus, sementes de maconha. Infelizmente isso não leva em conta o mundo globalizado.

As chances das fãs comprarem CDs de outros países online são enormes, seja para colecionar, seja por serem mais baratos, seja por estarem viajando. E esses CDs trarão sementes de fora. Quais? Ninguém sabe. Qual o efeito de sua introdução? Também desconhecido. Chegaram a fazer testes mas todos os beagles se suicidaram antes de começarem a tocar a 2ª faixa.

Como resultado o Ministério da Agricultura de lá classificou o disco como risco biológico. Fiscais foram instruídos a incluir os discos na lista de materiais a analisar, nas alfândegas,e estão pensando em confiscar CDs que tenham sido comprados por fãs australianos.

Não estão exagerando. Na metade do Século XIX uma praga de pulgões trazidos dos EUA simplesmente dizimou a indústria vinícola na Europa. As plantas morriam como moscas, nenhum inseticida era eficiente. Até magia foi tentada, sem sucesso. A indústria teve que ser reconstruída do zero, com mudas resistentes, também vindas dos EUA. A culpa? Navios a vapor. Nos velhos veleiros os pulgões morriam durante a viagem, quando a travessia começou a ser feita mais rápido, mudas importadas para experimentação por vinicultores locais vinham com pulgões vivos.

Essa “globalização da natureza” é inevitável, e não é mais inédita do que uma era glacial. Para a Evolução é só mais uma mudança de ambiente, e ela tem bilhões de anos nas costas, tira de letra. A não ser que comecem a botar sementes em CDs do Justin Bieber.

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