Alexandre Franco 13 anos atrás
Algumas pessoas não suportam mais as Vuvuzelas nos jogos da Copa do Mundo. Ou melhor, todos os espectadores que não estão a tocando sentem-se de certa forma indignados com o barulho característico que ela faz. Cada um tem seus motivos pra não ir com a cara dela, e o mais citado é o de sua constância durante os mais de 90 minutos; antes, durante ou depois, o instrumento nunca tem folga. Seus problemas acabaram!™, o simples e objetivo Devuvuzelator está aí pra tentar sumir com os zumbidos frequentes dos jogos via streaming.
Disponibilizado pela Stardock, o programa gratuito (para Windows apenas) filtra em tempo real a principal faixa de frequência que as vuvuzelas usam para aumentar o estresse mundial costumam tocar. Há níveis de filtragem, de uma que distorce pouco e tenta só abafar os zumbidos para outras bem agressivas, que muitas vezes levam o som do narrador, do comentarista e da torcida junto (embora isso tenha lá seu lado bom).
Só há um problema do Devuvuzelator (o principal deles aliás), mesmo no modo de limo mais compreensivo: ainda assim sobram resquícios do som do amado instrumento no plano de fundo, principalmente o de frequências mais agudas gerados por pulmões nervosos e por modelos “semi-automáticos” (aparentemente cria nossa).
Testei o programa da melhor forma de usá-lo: num streaming online (funciona também em qualquer outro vídeo, desde que este seja transmitido via Flash Player). Usei a transmissão da Copa disponível no site do Globo Esporte, e mesmo desativando qualquer outro equalizador que pudesse alterar a forma como o programa trabalha, conseguia ouvir de modo ainda bastante irritante as cornetas africanas.
O programa, mesmo com seu principal objetivo meio falho, dá a receita de outros modos alternativos e que podem funcionar melhor ou pior na filtragem. Uma bastante funcional é fazer o que, de modo geral, o Devuvuzelator já faz: eliminar frequências específicas da nota “B♭” (a que a Vuvuzela produz e que contém sons de 230 Hz, 460 Hz, 920 Hz e até 1840 Hz), usando equalizadores encontrados em TVs e sistemas de som. Não são todos os equipamentos que contam com equalizadores mais precisos, então o jeito é apelar pra capar toda a faixa próxima dos 300 Hz que a maioria deles tem.
Mesmo com toda a engenharia de som destinada a minimizar os efeitos do cônico pedaço de plástico, só há uma forma que parece 100% efetiva: acostumar-se. Interpretar todo aquele zumbido de milhares de torcedores fervorosos como uma sinfonia agradável pode ser difícil, e a ética que existe por trás da presença na cultura africana que mantém o instrumento ativo na arquibancada de todos os jogos por parte da FIFA também não ajuda. Vai aí uma orquestra de Vuvuzelas pra tirar o "gosto" ruim?
[via Neowin]