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Carol Castro, Photoshop e Propaganda Enganosa

14 anos atrás

Acho que todo mundo aqui se lembra do Projeto de Lei que regulamenta o uso de Photoshop na publicidade e publicações brasileiras. Longe de querer proibir, a nova lei garante que um aviso será impresso junto com as peças publicitárias e fotos que tiverem alterações via software. A desculpa, que tem ligação com o que se vem pensando na Europa, é mostrar para as pessoas que o padrão de beleza alcançado nessas imagens não é realidade e tenta prevenir o crescente número de distúrbios alimentares, principalmente em adolescentes do sexo feminino.

Sinceramente, a gente fica sabendo de uma notícia dessas e acaba pensando que devem existir coisas mais importantes para nossos amados legisladores se preocuparem do que o uso do Photoshop, mas nesse momento aparece aquele pequeno fato que faz você repensar sua posição. A história é mais ou menos a seguinte. A atriz Carol Castro foi convidada para ser a capa da revista Boa Forma do mês de junho. A condição para a capa é que o pessoal dos retoques escondesse a tatuagem que ela tem na barriga e não curte muito. Junto com a maquiagem na tatuagem, o pessoal do Photoshop resolveu fazer uma recauchutagem geral na imagem.

Até ai tudo bem, mas por conta de um erro na redação (será coisa de estagiário?) foram mandadas para a imprensa as fotos do antes e do depois. O trabalho até que foi bem executado, mas fica aqui a questão da ética da coisa e, em última instância, o direito do consumidor de não ser enganado. A revista é voltada para o público que quer manter a boa forma. Dietas, academias e conselhos sobre nutrição são o produto vendido pela revista. Nesse contexto, colocar na capa da revista alguém que necessita de retoques digitais para vender o produto que deveria ser natural é, no mínimo, questionável.

A história está circulando de maneira massiva na internet desde ontem, e até agora ninguém da revista ou a atriz comentou o caso (pelo menos não da maneira certa, que seria uma explicação decente). Vai ficar por isso mesmo e cair no esquecimento. Pela primeira vez eu chego a conclusão que a minha defesa de uma auto-regulamentação do mercado talvez não seja possível.

 

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