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“Pernas mágicas?” Não, Forrest. Próteses impressas em 3D pela Autodesk para atleta olímpica

Como melhorar a performance de uma atleta de nível olímpico? Com tecnologia, claro. Foi o que aconteceu com Denise Schindler, ciclista alemã que agora usa uma prótese impressa em 3D desenvolvida pela Autodesk, revolucionando todo o processo de modelagem e produção.

8 anos atrás

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Um dos (muitos) momentos tocantes de Forrest Gump é quando o protagonista vai se casar com a pistoleira cachorra da Jenny e se surpreende quando o Tenente Dan aparece, andando. Ao ver as próteses de titânio de seu antigo oficial-comandante, Forrest exclama: “Pernas Mágicas!

Segundo o Tenente Dan elas foram feitas especialmente para ele, e é assim mesmo, para quem tem grana. Você faz um monte de moldes, esculpe, acerta, ajeita, leva meses até criar uma prótese que se encaixe perfeitamente na parte do membro amputado, pois cada caso é diferente.

Se você for pobre, se vire com alguns modelos-padrão e acolchoe com meias da melhor forma possível.

Atletas olímpicos podem se dar ao luxo de usar próteses customizadas, como a ciclista medalhista Denise Schindler, que usava uma prótese de perna linda, feita à mão, mas caríssima e que consumia 10 semanas para ser produzida.

Isso, claro, é passado. Nos Jogos Paraolímpicos do Rio Denise vai estrear uma nova perna, que comparada com a antiga, é basicamente mágica.

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O processo começa com o escaneamento 3D da perna de Denise, com um sensor tipo Kinect. Esses dados vão para o Fusion 360 da Autodesk, onde é criado um modelo. O chamado Projeto Prothesenherstellung foi tocado por gente na Alemanha, Inglaterra, São Francisco e Oregon, só que o encaixe é só parte do problema.


Ralf Steck — Projekt Prothesenherstellung mit Autodesk und Denise Schindle

Uma prótese de alta performance para uma atleta de nível olímpico tem que ser leve, muito leve, então utilizaram o Autodesk Within, um software que usa algoritmos genéticos para otimizar estruturas sólidas, mantendo as características de resistência e tração, mas reduzindo o peso.

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Se te parece algo estranhamente orgânico, essa é a idéia mesmo.

A prótese resultante é 75% mais barata que a tradicional, e pesa apenas 815 gramas, e os testes em túnel de vento comprovaram as melhorias aerodinâmicas previstas nos simuladores da Autodesk.

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A prótese antiga vs a nova

Lembra que eu falei que uma prótese normal levava 10 semanas pra ficar pronta? Essa modelada e impressa em 3D fica pronta em 5 dias, pesa 812 gramas e já fez o tempo de Denise melhorar em 2 segundos, e a tendência é melhorar mais ainda, já que com o feedback do uso novas versões aprimoradas estão sendo produzidas o tempo todo.

Essa tecnologia, claro, em breve estará disponível para todo mundo, incluindo ONGs que fornecem próteses para vítimas de minas terrestres, só é preciso antes confirmar se a prótese resiste a algo bem pior que uma guerra: uma semana no Rio de Janeiro.

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