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Tela de e-ink da Seiko-Epson: Estamos chegando lá

16 anos atrás

Os eBooks são a grande promessa não-cumprida da tecnologia. Existiram vários protótipos, vários produtos finalizados, várias iniciativas, vários padrões, incluindo o doc do Palm, tomeraider, e nenhum vingou, nem mesmo o Microsoft Reader, com padrão aberto e amigável para desenvolvedores e autores.

Maniacos como eu conseguem ler um livro inteiro na tela de um Nokia 6600, mas gente normal não gosta. Abrir mão da textura do papel já é complicado. Ficar olhando para uma fonte de luz (mesmo que fraca) por horas é pedir demais, pois CANSA.

A tecnologia que resolveria isso é a tinta eletrônica, pois se comporta não como mini-lâmpadas, mas como tinta no papel. Mais ainda, essa tecnologia não gasta energia para exibir uma imagem, somente para mudá-la. Com isso equipamentos como o leitor de ebooks da Sony conseguem exibir 4500 páginas com uma carga de bateria, além de tocar MP3, mostrar fotos, feeds RSS, etc. Isso tudo sem cansar a vista.

Mas... como não pegou?

Simples: Do mesmo jeito que o Zune não pegou na versão 1.0: Software. A Sony usava uma loja online horrenda, e mais o seu software-padrão de gerenciamento de conteúdo, o mesmo que destruiu os MiniDiscs.

Agora a Amazon resolveu entrar no mercado de eBooks, vendendo o seu leitor, por US$400,00. Sim, caríssimo. Eu não daria uma grana assim por um bicho feio desses:

Parece algo vendido em camelô, nem dá para comparar com o protótipo da Seiko, no alto do artigo. 1600x1200, 230DPI, do tamanho de uma folha de papel dobrada, 3mm de espessura. Dá pra ser feliz com um leitor de ebooks usando essa tecnologia.

O segredo é lançarem leitores subsidiados e SIMPLES. Não dá para ficar ouvindo os cybertarados que querem e-Ink exibindo vídeos em HD, bilhões de cores, tempo de resposta negativo ou abaixo de 0,02ns.

Abra um livro. Está vendo vídeo? Nem eu. Está vendo letras coloridas, piscando, girando? É, nem eu. Durante dezenas de séculos os livros usaram letras de alto contraste, para passar idéias. Shakespeare não precisava de hyperlinks. Eu quero uma forma de substituir meus livros sem que meus olhos saltem para fora no final de 5 capítulos, quero poder levar TONELADAS de manuais, revistas e gibis, sem precisar pagar um grupo de pigmeus para me acompanhar carregando minhas coisas, dizendo "sim, Bwana" toda hora. Ainda mais depois que descobri que "Bwana" significa "grande idiota branco".

Será pedir demais, que produzam um leitor de ebooks que seja excelente, ao invés de um leitor caro mais ou menos, junto com um MP3 player ruim, um álbum de fotos meia-bomba e um browser de meia-tigela? Ou teremos que esperar a Apple entrar nesse mercado também?

Fonte: Technabob

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