Carlos Cardoso 7 anos atrás
Historicamente a União Soviética nunca precisou projetar poder usando forças marítimas. Nem tinha como: sua única saída para o Mediterrâneo era através do Bósforo, um pesadelo estratégico. Do Norte a volta seria imensa; e do Oeste, sairiam pelo Mar do Japão, e o que há lá fora o Japão? Nada.
De qualquer jeito a CCCP era perto de tudo, então não há motivo para criar uma imensa frota, se seus tanques podem chegar a Berlin (passando por Varsóvia, claro) em alguns dias. A força naval soviética era principalmente composta de submarinos, esses sim úteis para deter comboios de suprimentos em caso de guerra, e para lançar salvas de mísseis balísticos, se a guerra não estivesse muito favorável.
Hoje a situação mudou, a Rússia necessita projetar poder de forma convencional, com interesses em áreas como a Síria. Infelizmente a situação naval deles é comicamente inadequada. O único porta-aviões deles, o diesel Almirante Kuznetsov é tão pouco confiável que em suas (raras) excursões em alto-mar vai acompanhado de um… rebocador.
Peter Cantropus — Russian aircraft carrier Admiral Kuznetsov
Há chances de isso melhorar. O vice-presidente do Conselho de Segurança e Defesa da Federação Russa, Franz Klintsevich declarou em um programa de TV que há planos para construir 6 porta-aviões em um futuro próximo.
Ele não especificou o modelo, nem se algo foi efetivamente decidido, mas é uma conclusão lógica. A Frota de Submarinos está no fim, eles só tem UM lançador classe Tufão, muito provavelmente comandado por alguém menos competente que o Marko Ramius, e a Frota de Superfície precisa desesperadamente de cobertura aérea.
Enquanto isso o Almirante Kuznetsov será reformado (de novo) e ganhará mais 20 anos de vida. Espero que reformem o rebocador também.
Fonte: Lenta.