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Netbooks - Melhor Made in China do que Comprado na China

15 anos atrás

A gente imagina que o oriente é formado por milhares de lojinhas de StandCenter com a logo do DealExtreme, onde todos compram produtos a preços irrisórios, entram em seus carros voadores e vão para casa, desviando apenas de monges voadores, adagas dançarinas e Gojira.

No Japão pode ser assim, mas na China, de onde vem 99% de tudo de suculento do mundo da tecnologia (é, seu lindo iPhone também) o bulaco é mais embaixo. O relato a seguir foi feito por minha amiga Paula Coruja, brasileira descendente de chineses que mora em Beijing, e queria comprar um netbook.

O preço não foi lá essas coisas, e todo o trabalho de negociação lembra muito o Brasil do que gostaríamos. Acompanhe A experiência:


imagem meramente ilustrativa

❝Decidi que eu queria comprar um netbook. As vantagens com relação à mobilidade são muito atrativas e para alguém que, como eu, gosta muito de viajar sem se desconectar do mundo, de repente o computadorzinho começou a parecer uma necessidade.

Como moro na China, comecei a pesquisar o que havia disponível por aqui e que poderia se encaixar no valor que eu queria pagar. Fui para a internet, pedi a opinião de alguns amigos e selecionei três modelos de três marcas diferentes: um dell, um asus e um Lenovo. Conversei com um amigo chinês e ele se disponibilizou a ir comigo no "mercadão" para comprar a máquina.

Fomos ao Buy Now (百脑汇- bainaohui), aqui em Beijing, uma espécie de shopping multimarcas onde tudo é na base da barganha. Lá as lojas são revendedoras das grandes marcas e das chinesas originais. Claro, se você perguntar discretamente por um produto, digamos, genérico eles até conseguem para você. Se pedir sem nota fiscal, até o produto original fica mais barato. Mas em geral, tudo é legalmente original.

Qualquer compra que você queira realizar nos mercados de barganha, é necessário ir com uma dose cavalar de paciência. Se não dominar o mandarim, mais ainda, pois você pode ser passado para trás, bem na boa.

Eu e meu amigo chegamos lá com a listinha das máquinas, com as devidas configurações e preço da internet. Pode ser simples, mas é importante para não pagar mais caro, ou pedir um valor tão baixo que o máximo que você consegue comprar é o fake do fake. Rodamos horas lá dentro, olhando, perguntando, tentando encaixar valor-configuração-benefícios. Quase fechei negócio três vezes. Sorte que não. Aí tá a importância de ter alguém que entenda chinês.

Numa das lojas eu estava negociando sozinha e o que eu não sabia, apontava no papel e perguntava se estava incluído. O vendedor sempre disse que estava. Quando meu amigo chegou e foi checar tudo, claro que não tinha e a má-fé do vendedor ficou por conta da barreira da língua. Ahan, sei. Numa das vezes amarelei por causa do preço. Tem isso, barganhar cansa, os vendedores sabem e sentem quando você vai aceitar um preço um pouco mais alto que seja, em comparação ao que tinha na internet. Desisti porque a máquina era a minha terceira opção e num momento de lucidez, decidi que não ia pagar mais caro. De volta à estaca zero. A terceira desistência foi pelo motivo mais bobinho e mulherzinha do mundo: eles não tinham ali, em estoque, o netbook da cor que eu queria. O preço estava ótimo, mas não dava.

No fim das contas, acabei levando esta máquina aqui:

 Consegui por 3.100 yuans, 100 yuans a menos do que o valor do site com mouse e uma capa para proteger quando carregar na bolsa incluídos, dois itens que não fazem parte do pacote no site da Dell. Em dólares, pela cotação de hoje, o valor fica em US$ 460,00, o que não parece lá um grande negócio da China, se pensar que nos Estados Unidos essa mesma maquininha poderia custar até US$ 100 a menos. Mas, fazer o quê?Aqui até que foi um bom negócio.❞

A Paula pode ser acompanhada no Twitter ou em seu blog. Agradecemos o relato, é interessante descobrir que tem StandCenter na China também. Onde o MeioBit não está censurado, mas o YouTube sim.

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