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Win8: Interface, Experiência do Usuário, Cloud e Virtualização [BUILD 2011]

12 anos e meio atrás

Build

Às 13h, Steven Sinofsky, presidente da divisão do Windows Live, conduziu o BUILD, conferência de escopo mundial que aconteceu hoje em Anahein/Califórnia (EUA), e fez uma ampla e entusiasmante apresentação do novo sistema operacional da Microsoft, o Windows 8.

Com o seu típico estilo trocentas-palavras-por-segundo durante toda a apresentação, Sinofsky falou a respeito da miríade de inovações que o novo sistema traz, falando rápido, mas falando muito. Mas isso só depois do começo da apresentação, que foi paradoxalmente compassado, onde ele anunciava como seria o dia: "O que vamos lançar hoje é uma oportunidade para desenvolvedores".

Quem assistiu o streaming, nem que apenas uma parte, facilmente concorda que o Win8 e todo o kit de modificações e possibilidades é precisamente isso: uma enorme (e MUITO bem feita) porta para o bom e velho desenvolvimento de aplicativos. E a Microsoft deixou claro que está faminta por desenvolvedores.

Poderíamos comentar por horas a fio cada novo detalhe apresentado, e foram muitos, portanto resolvemos dividir alguns assuntos com colunistas. No meu caso, vou comentar brevemente o trabalho incrível que penso ter feito a Microsoft com a integração/virtualização de máquinas com um Cloud Computing (ao meu ver) incomparável e o enlace disso tudo com a nova plataforma criada no Windows Live, para o Windows Live.

Para começar, não há como ignorar que a Microsoft investiu muito seriamente na melhoria da interface de usuário. A plataforma Metro Style não é - nem de longe - mera perfumaria e é simplesmente um colírio para os olhos. Mas melhor ainda, é perceber todo o trabalho no backend do Win8, onde a empresa basicamente re-assina tudo à base de Javascript e HTML5 em uma das maiores "faxinas" de código que eu já vi em um sistema operacional. Ficou visível isso.

Win82

A razão para que o Win8 esteja tão rápido e ágil pode ser atribuída à quantidade de elementos que a Microsoft removeu das versões anteriores daquilo que podia ser reaproveitado (não muito) e da predisposição honesta de re-escrever coisas totalmente do zero para atingir um resultado satisfatório. Sabemos que demo é demo, mas levando em consideração quem é, só não se empolga com o que foi mostrado quem estiver morto.

Detalhes mínimos como reimplementações 360º na gestão de hardware instalado e até mesmo a revisitação de um novíssimo Gerenciador de Tarefas (não mais o mesmo de +20 anos) que mostra simplesmente tudo o que acontece na máquina, são apenas dois louváveis empenhos dentro de um amplo panorama de bons cuidados com a experiência de usabilidade e com a profundidade em analisá-la.

O que se viu, por exemplo, com a virtualização de sub-sistemas dentro do Win8, o acesso VPN à máquinas remotas e uma integração virtualmente perfeita entre serviços de internet como Flickr, Facebook, Twitter ou qualquer outro, assim como uma fusão aparente de máquina local e o serviço de nuvem, como o novo Windows Live ou o Sky Drive, deu mesmo gosto de se ver.

Sou usuário de Mac OSX desde sempre. Mas levanto as melhores honras à Microsoft pela demonstração dos resultados obtidos com a autenticação de dispositivos que se integram na nuvem da casa. Aliás, acho que a Apple terá um nível altíssimo para se equiparar em serviços de Cloud em relação ao Win8.

Especialmente pelo fato de que o iCloud é praticamente um serviço Premium, enquanto que os usuários de Windows poderão desfrutar de uma experiência próxima da perfeição com serviços gratuitos como o SkyDrive. No momento em que Sinofsky convidou à demo o VP de integração do Windows Live, justas palmas ecoavam a cada punhado de frases e cliques.

A facilidade com que, por exemplo, álbums de fotografia ou até mesmo vasculhar os HDs na sua máquina lá de casa, direto da interface toda em JS/HTML5 do Windows Live, foi de encher os olhos.

Win83

Há anos que a MS defende a idéia de levar tudo para a nuvem quando ela nem era ainda chamada assim. Com um ou dois cliques/arrastos nas laterais, a nova interface do Windows 8 oferece aquilo que apelidou de "Charms" (o que poderíamos traduzir como pequenas mágicas ou amuletos), e onde podemos encontrar uma variedade incrível de funções. Do controle ao sharing, da comunicação por mensagem à configuração remota e web. Uma jóia de usabilidade mesmo.

No caso do Windows Live e dos serviços de Cloud integrados, é como se você tivesse um Win8 direto no navegador, com praticamente tudo que existe no desktop, incluindo a própria virtualização, o acesso remoto aos seus arquivos locais (lá no HD da sua casa), um enlace perfeito com serviços de internet e redes, um lindo cliente de email em HTML5, messenger, sharing, o que você quiser.

Outra coisa que me surpreendeu muito foi a postura da Microsoft diante da instância de se ofertar APIs realmente abertos para a criação de novos aplicativos. Aliás, esse é o maior trunfo diferencial do Win8. Com o novo modelo, a Microsoft assumiu uma atitude bem mais aberta e pretende colocar à disposição dos desenvolvedores praticamente tudo o que precisam. E a MS quer "precisar" deles também.

Eu prevejo uma 'onda' de desenvolvedores simpatizando com o coding para o Win8 e o retorno de uma época ainda mais saudável no mercado de OSs: lucrar-se com a manufactura aplicativos. O conceito de software, apesar de 6 por meia dúzia, muda substancialmente quando o foco está em integrar uma nova aplicação interdependente ao OS, ao invés de toda a engenharia envolvida no projeto de software autônomo.

É tão vasto e tão cheio de beneficências o novo ecosistema que a MS irá propor com o desenvolvimentos de Apps para o OS, aproximando uma quantidade muito maior de criativos e programadores, agilizando o licenciamento, atualizações, controlling... que só podemos mesmo é apoiar mais um no formato. Veja o que a Apple conseguiu com o crticado modelo "aberto de ser fechado". E no caso da Microsoft, não tão neurótica quanto a Apple, posso estar um pouco deslumbrado (nem sendo heavy user de WinOS), mas só vejo boas possibilidades por esse viés.

Win8

A interface Metro Style e o conceito de "limar" o Win7, tornando toda a nova versão em praticamente um único grande executável a rodar na máquina, dá mesmo a impressão de que você usa o próprio sistema operacional para executar todas as tarefas, ao invés de instâncias independentes de outros programas, cada qual para cada coisa.

Visualmente, é uma enorme mudança. É como se o próprio termo "programa" fosse suprimido da usabilidade, dando lugar a idéia de que são as aplicações a rodar dentro de um grande programa - o OS - que formam a a regra da experiência.

Por exemplo, durante a demonstração de navegação com o novo Internet Explorer 10, Sinofsky copia e cola o link no Windows Explorer (local) - mesmo ambiente/interface - e praticamente não se nota a diferença, nem visual e nem tampouco de performance. Ou seja, o IE dá a sensação de figurar como uma função do S.O, ao invés de uma instância autônoma dele. A navegação pelo Windows Explorer é quase idêntica à do IE10, no WP7 (mobile) ou dentro do Windows Live. E que beleza tudo em HTML5... que beleza.

Meu palpite pessoal é que em não muito tempo, aliás imediatamente após o lançamento oficial, a Windows App Store prometida para o Win8 será uma das maiores da indústria, se não ultrapassar a própria Apple/App Store. Especialmente no que diz respeito ao uso das novas linguagens - como o HTML5 - para realmente redefinir o jogo de experiência e usabilidade.

Com o pouco que vimos hoje, fica muito fácil dizer:

O Flash está morto ou pode se suicidar voluntariamente se quiser (não mais fará qualquer falta senão, talvez, para media encoding - talvez nem isso); e o Windows 8, como vem, mudará (para melhor) algumas muitas regras.

Para uma análise bem mais aprofundada que a minha míope opinião técnica a respeito, dá uma lida no post do Cardoso aqui

 

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