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Shadow of the Colossus — Review

Mantendo os principais conceitos do original, mas entregando uma inacreditável melhoria na parte visual, a versão para PlayStation 4 mostra porque o Shadow of the Colossus deveria ser jogado por todos. Entenda os motivos lendo a nossa análise.

6 anos atrás

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Ao longo da vida acabamos tendo contado com muitos jogos bons, porém, poucos são aqueles capazes de nos tocar. Títulos que de tão espetaculares passamos a considerá-los como verdadeiras obras de arte, conseguindo até mesmo nos fazer encará-lo como muito mais do que apenas um game. Para mim, o Shadow of the Colossus é um destes casos.

Após me apaixonar pelo ICO, por muito tempo aquela nova criação de Fumito Ueda despertou a minha expectativa e quando finalmente o joguei no PlayStation 2, lá em 2005, pude comprovar o quão genial era aquele jogo. Apesar das limitações técnicas do antigo console da Sony, o título já mostrava ser uma obra muito à frente do seu tempo, tanto em narrativa quanto em jogabilidade e nunca esqueci o quão divertido ele era.

Em 2011 nós ganhamos uma remasterização do clássico, dando assim a oportunidade de uma nova geração conhecer o brilhantismo por traz do Shadow of the Colossus e confesso ter achado que aquela versão repaginada para o PlayStation 3 era suficiente. Veio então a E3 de 2017 e quando a Sony anunciou que o seu atual videogame receberia um remake do SotC, imediatamente pensei que não havia necessidade para aquilo. Felizmente eu estava errado.

Contando com alguns conselhos do criador da obra original, a Bluepoint assumiu a responsabilidade de melhorar consideravelmente a parte visual do jogo, mas tomando o cuidado de manter a sua jogabilidade intacta. Isso pode parecer pouco para justificar um terceiro lançamento, mas basta alguns minutos dentro do vasto mundo do Shadow of the Colossus para perceber que o trabalho foi muito bem feito e que nunca será demais encarar a missão de derrubar aqueles 16 gigantes.


PlayStation → Shadow of the Colossus - PSX 2017: Comparison Trailer | PS4

Aproveitando todo o poderio do PlayStation 4, o estúdio conseguiu fazer com que aquilo que já era fantástico se tornasse ainda mais bonito. Desde as texturas na roupa do protagonista até as paredes ou mesmo os próprios colossos, tudo no jogo foi melhorado consideravelmente. Por diversas vezes simplesmente parei numa determinada parte do cenário apenas para admirá-lo e o fato desta nova versão contar com um modo para fotografias certamente foi uma ótima adição.

Essas melhorias nos gráficos podem até consideradas meras perfumarias, mas é impressionante como os colossos parecem mais vivos do que nunca, com seus pelos e estruturas de pedras dando um ar de realismo inacreditável. Espere até vê-los chacoalhando seus enormes corpos e isso ficará bem claro.

É de ser imaginar até que, por mais perfeccionista que Fumito Ueda seja, esta parece ser a versão do jogo em que ele sempre sonhou. Visualmente falando, o título parece impecável e mesmo que você não o encare em um PS4 Pro, a satisfação será imensa. É impressionante como apesar deste remake vir tanto tempo após o lançamento do original, ver um daqueles gigantes pela primeira vez continuará sendo uma experiência fantástica e o que dizer então de estar sobre um colosso voador enquanto vemos o cenário lá de cima?

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Para quem nunca jogou o Shadow of the Colossus, nele seremos Wander, um rapaz cujo objetivo é ressuscitar sua amada e ao se dirigir uma terra isolada ele descobre que para isso precisará derrotar 16 criaturas imensas. O jogo girará em torno desses confrontos, como se cada inimigo funcionasse como um chefe de fase e por isso só precisaremos nos preocupar em como derrubá-los. Isso traz alguma estratégia à aventura e faz com que o título funcione como quase como um grande quebra-cabeças.

Outra característica marcante do SotC é a maneira como sua atmosfera é criada e sua história contada. Sem que detalhes exatos de seu enredo seendo dados com frequência, caberá a criatividade do jogador preencher algumas lacunas, sendo impressionante a sensação de solidão que teremos durante a aventura. Exceto pela égua que nos acompanha, estaremos sempre sozinhos e o mapa imenso ajuda muito a aumentar a impressão de que somos apenas um pequeno guerreiro nesta árdua missão.

Mesmo não sendo uma premissa inédita, a maneira como Ueda vive nos fazendo pensar na dualidade de nossas ações é algo memorável. Sim, desde o início sabemos que faremos o possível para conseguir o que queremos, mas como não sentir pena daqueles gigantescos seres enquanto eles tentam sobreviver às nossas investidas ou ao sucumbirem diante dos nossos ataques?

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Por muitas vezes ouvi que os jogos eletrônicos não possuem a mesma capacidade dos filmes de envelhecerem bem, mas quando se trata de obras espetaculares, acho que essa afirmação não se aplica. Tudo bem que hoje o Shadow of the Colossus original pode não ter o mesmo apelo devido a um visual que alguns podem considerar defasado, mas graças a sua mecânica fantástica, ele só precisa mesmo de uma cara nova para provar que clássicos nunca morrem. Pois é acredite, é justamente isso o que a Bluepoint fez nessa nova versão.

Portanto, se você é alguém que nunca experimentou as antigas versões ou mesmo um grande apaixonado pela saga de Wander, este remake deveria ser jogado por todos, assim como os filmes, livros, músicas ou qualquer outro tipo de obra que é considerada arte.

Para mim, o Shadow of the Colossus é o tipo de jogo que me dá orgulho em dizer que sou um gamer, um daqueles títulos que ficarão marcados para sempre em minha memória e por isso agradeço muito aos responsáveis por este remake por ter me permitido lembrar alguns dos melhores momentos que já tive com esta mídia.


PlayStation → Shadow of the Colossus - PS4 Trailer | E3 2017

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