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[Análise] Samsung Galaxy 5

Analisamos o Samsung Galaxy 5, um dos smartphones Android mais baratos do Brasil. Apesar do preço, ele traz um conjunto bem interessante de recursos que, no fim das contas, resultam num smartphone bastante equilibrado.

13 anos atrás

Samsung Galaxy 5.

Samsung Galaxy 5. (Clique para ampliar)

O Windows Phone 7 surge como o "terceiro cavalo" no páreo dos sistemas móveis, mas ainda é uma realidade distante para nós, brasileiros. Hoje, quem busca um smartphone moderno tem à disposição iOS e Android.

O iOS aparece como uma opção (bem) premium na figura do iPhone. O sistema da Google tem outra abordagem, por ser aberto qualquer empresa pode instalá-lo num aparelho e lançá-lo no mercado. Isso tem alguns contratempos, como a maciça fragmentação da base e o descaso de fabricantes na hora de atualizar o sistema, mas por outro lado essa liberdade permite que a "janela" de preços dos modelos equipados com o sistema seja bem flexível.

No topo da tabela (de preços) temos Atrix, Xperia Arc e outros parrudos chegando próximo dos R$ 2 mil. E na de baixo? Brigam hoje pelo posto de Android mais barato do Brasil o ZTE X850 e o Samsung Galaxy 5. Adquiri esse último recentemente, para uso pessoal, por pouco mais de R$ 300 e, após quase duas semanas com ele, chegou a hora do veredito: o Galaxy 5 vale a pena?

Confira a resposta na análise que segue!

Pequeno valente

O form factor do Galaxy 5 é o mesmo dos modelos da linha de dumbphones para "dumb teens" da Samsung, a Corby. Em outras palavras, é um aparelho leve, pequeno e uma característica curvatura na lateral, nesse caso na cor prata.

E já que tocamos no assunto "cor", é bom falar desde já no terrível black piano que... bem, com exceção da parte prateada citada acima, impregna o restante do aparelho. É um saco, basta sacar o celular para atender uma ligação e, não importa o quão limpo ele esteja, ao voltar para o bolso da calça ele estará novamente cheio de impressões digitais por todo o corpo. Com alguns dias de uso, pequenos risquinhos visíveis contra a luz surgiram. A situação é tão crítica que me vi obrigado a comprar uma daquelas capinhas bregas de silicone. Como o Galaxy 5 é pequeno, acabou que o volume extra não impactou tanto no manuseio. Ficou parecendo um mini-Defy 😉

Se por ser um aparelho com tela (capacitiva!) sensível a toques a ausência do teclado numérico joga bem para baixo a quantidade de botões físicos na parte frontal, a Samsung parece ter ficado ressentida com isso e entupiu o rodapé do Galaxy 5 com botões. São sete (!), mais o d-pad quadridirecional. Com o tempo dá para se habituar a eles, até gostar da facilidade que proporcionam, mas fica claro que alguns são redundantes ou mesmo dispensáveis (o d-pad, principalmente).

Bateria, SIM card e cartão microSD.

Bateria, SIM card e cartão microSD. (Clique para ampliar)

Além desses frontais, o Galaxy 5 conta com dois outros botões na lateral esquerda, os de volume. Abaixo deles fica a entrada mini USB, que serve tanto para a transferência de dados, quanto para o carregador de parede. A saída de áudio, no padrão 3,5 mm, fica no topo e... e é só. A lateral direita e a parte inferior do aparelho são lisas.

A tela do Galaxy 5, como já dita, é sensível a toques e capacitiva. Não tem multitouch (buuu!) e, infelizmente, é bastante pequena e limitada. São 2,8" que abrigam o Android com resolução QVGA (240x320). Com Retina Display e resoluções qHD por aí, o aperto da tela incomoda às vezes.

Mas incomoda menos do que eu, pessoalmente, esperava. Certas aplicações naturalmente sofrem bastante com essa limitação, como navegação web e aplicativos de mapas; em muitas, basta abrir o teclado virtual para a porção visível da aplicação se resumir ao campo do formulário que está sendo preenchido — quando não apenas parte do campo. Não são problemas exatamente terríveis, embora incomodem um tiquinho.

Para o meu rol de aplicativos, o tamanho não faz muita diferença e, de quebra, ajuda na portabilidade, já que tela menor implica num aparelho menor e, em muitos casos, esse incluído, mais leve.

Tela do Galaxy 5: 2,8" para 230x320.

Tela do Galaxy 5: 2,8" para 230x320. (Clique para ampliar)

A tela é bastante responsiva e a qualidade de construção passa confiança, parece bem sólida, ainda que seja puro plástico. Remover a tampa da bateria é meio difícil, é preciso apelar para a força e, nessa, o medo de quebrar alguma coisa está sempre presente. Aliás, para inserir o cartão microSD (um de 2 GB vem no pacote) é preciso remover a tampa traseira... O slot para o SIM card fica de baixo da bateria. Essa, de 1200 mAh, aguenta um dia de uso intensivo numa boa, entre algumas fotos, redes sociais via EDGE/Wi-Fi (ele também suporta 3G, é que onde eu moro não tem cobertura) e alguns joguinhos. A autonomia nominal em redes 2G é de 521h em standy-by e 9h30 de conversação.

Android e desempenho

O Galaxy 5, quando lançado, vinha com o Android 2.1 "Eclair". Depois, ganhou atualização oficial para o 2.2 "FroYo". O meu, especificamente, já chegou atualizado com a versão 2.2 — ainda bem, assim não precisei instalar o KIES só para atualizar o bicho.

A Samsung fez um trabalho bem decente na adaptação do Android à telinha QVGA do Galaxy 5 com a TouchWIZ, sua personalização do sistema. Há diversos pontos modificados, da home screen aos menus, passando pela agenda de contatos e aplicativos pré-instalados, como o Layar, toda a suite de aplicativos da Google, orkut (!) e alguns outros. Embora traga o Android Market sem restrições, a Samsung também incluiu um atalho para a sua própria lojinha, a Samsung Apps, com impressionantes... 12 aplicativos. É sério, são só 12 mesmo.

Não sei se é impressão ou se algo foi feito nesse sentido, mas a legibilidade dos textos é acima do esperado para uma tela com essa resolução. Mesmo fontes bem pequenas podem ser lidas sem muito esforço. Tem-se a sensação de que aplicaram algum efeito de esmaecimento, tipo o Clear Type, na interface. Méritos para a Google ou para a Samsung, não sei dizer ao certo; mas que ficou bom, isso ficou.

Boa legibilidade, apesar da baixa resolução.

Boa legibilidade, apesar da baixa resolução. (Clique para ampliar)

Com processador ARM11 de 600 MHz e 256 MB de memória, o desempenho do Galaxy 5 salta à vista, em muito ajudado pela baixa resolução da tela. Não é o ápice de performance, é bem verdade; com alguns aplicativos abertos ao mesmo tempo, o aparelho começa a engasgar, mas pela faixa de preço em que se situa, dá para dizer que seu comportamento é melhor que o esperado, com transições suaves e abertura relativamente rápida da maioria dos aplicativos. Até Angry Birds, o tradicional, não a versão Lite, roda!

Um aplicativo padrão, o Gerenciador de recursos, permite ver em tempo real quanto de memória está sendo consumida (além de liberá-la), quais aplicativos estão abertos e outras funções técnicas. Uma mão na roda e um aplicativo a menos — "task killers" são desnecessários nesse contexto.

Câmera, telefonia e outros recursos

Indo direto ao ponto, a câmera do Galaxy 5 é uma lástima. Tem 2 MP e foco fixo, sem flash ou qualquer outra configuração mais avançada, com exceção de geolocalização e smile shot. Ela me "obriga" a usar o picplz; os filtros disfarçam a podridão das fotos tiradas 😆

Algumas imagens (sem qualquer tipo de edição; clique para ampliá-las):

Imagem-exemplo do Galaxy 5 (1).

Imagem-exemplo do Galaxy 5 (2).

Imagem-exemplo do Galaxy 5 (3).

A câmera ainda grava vídeos, em QVGA a 15 fps. Bem inútil, em outras palavras.

Se na parte visual o celular desanima, na parte sonora ele é uma grata surpresa. A saída de áudio é mono, fica localizada na traseira e emite som alto o suficiente para se fazer ouvir. Mas é na hora do bate-papo, no speaker frontal, que o Galaxy 5 brilha: a qualidade do áudio durante as chamadas é muitíssimo boa. Som cristalino, um dos melhores que já experimentei.

Ao atender chamadas, aliás, a tela trava, já que o aparelho carece de sensor de proximidade. Com dois toques na tela, ela é destravada. Parece uma saída meio porca, mas na prática funciona bem.

O Galaxy 5 vem bem recheado de recursos. Tem GPS, Wi-Fi, 3G, acelerômetro, Bluetooth 2.1 com A2DP e suporte a rádio FM.

Conclusão

Antes, uma pequena análise em vídeo:

O Galaxy 5 está anos-luz atrás do seu irmão mais velho, o Galaxy S, e come poeira de praticamente todos os demais Android do mercado, mesmo alguns mais antigos. Por outro lado, uma combinação de fatores bem peculiares e raros de serem vistos nessa indústria vital tornam o pequenino da Samsung um "must buy" para quem quer ter um smartphone de verdade sem gastar muito, virar escravo das operadoras e seus planos pós-pago ou entrar no cheque especial.

Eu descontruiria essa junção de fatores nos seguintes: Android atualizado (2.2), hardware bem integrado (processador mais ou menos + tela pequena = bom desempenho) e preço (afinal, que outro modelo você compra com R$ 300?).

Ele não se propõe a rodar games do Tegra Zone, nem a fazer mil e uma coisas ao mesmo tempo, mas faz tudo o que qualquer outro Android faria por um usuário médio, que conversa, troca mensagens, navega na web, tira algumas fotos (ok, isso ele não faz bem, mesmo) e interage em redes sociais. Pode fazer uma ou outra tarefa dessas com "aperto", devido à tela, mas nada que a impossibilite ou a torne incômoda. E pelo que ele custa, entrega mais do que muitos concorrentes mais caros.

O Galaxy 5 é marketeado como o primeiro Android de quem sempre viveu com dumbphones. É um público interessante para esse aparelho, mas não único. Reiterando o que foi dito acima, o Galaxy 5 é ideal para quem procura um bom custo/benefício, um celular barato, guerreiro e compacto.

Pontos fortes: leve e pequeno; desempenho acima do esperado para um celular nessa faixa de preço; interface otimizada para a resolução diminuta da tela.

Pontos fracos: corpo em black piano; tela pequenina (2,8") e de baixa resolução (QVGA, 240x320); câmera extremamente ruim.

Nota final: 7,5

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