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Panasonic Lumix FP7 - Photoshop Integrado

13 anos atrás

O mundo é esquisito e a fotografia digital também contribuiu para ele ficar mais bizarro. Hoje, além de fotógrafos, também temos que ser cirurgiões plásticos, pois somos obrigados a eliminar rugas, marcas de expressão e turbinar atributos físicos como seios e glúteos. Se não fizer isso você perde uma cliente. Ela vai para casa feliz por ter um álbum fotográfico bacana, mas que não representa em nenhum ponto a realidade. Mas, as pessoas vivem na ilusão mesmo, e parecem gostar disso.

Algum tempo atrás eu me surpreendi de maneira gigantesca quando notei que até foto 3x4 já possuí uma carga gigantesca de processamento digital. O pior é que é um tratamento equivocado onde as pessoas ficam parecendo bonecos de borracha sem nenhuma textura. Típico tratamento de imagem de quem não sabe direito o que está fazendo ou não tem contato com seres humanos de verdade. Talvez um estagiário nerde. Agora, já não bastando os seres humanos que não sabem manejar adequadamente um programa de edição, a Panasonic colocou no mercado uma câmera que faz isso automaticamente.

A nova Lumix FP7 (custando em torno de US$ 230,00) tem tudo para ser uma compacta bem normal. Possui exagerados 16 megapixels de resolução máxima, visor LCD de 3,5 polegadas sensível ao toque e 4 vezes de zoom ótico. O corpo da câmera é super fino, o que se torna uma vantagem para quem não quer carregar muito volume, e é possível comandar o local do foco com apenas um toque no visor (essa sim uma funcionalidade muito bacana). Porém, o que chama a atenção no equipamento são duas ferramentas de pós-edição digital que tentam (e eu disse apenas tentam) simular os efeitos aplicados em modelos e celebridades nas revistas.

Após capturar o retrato você pode acessar o menu de edição que fica no canto do monitor e utilizar as ferramentas Esthetic e Make-up. O primeiro é responsável por limpar a textura da pele e clarear os dentes. A segunda ferramenta aplica maquiagem virtual nos olhos, bochecha e lábios. Em algum momento da produção do equipamento, alguém achou que isso seria realmente uma boa idéia. Igual aquela câmera, que não me lembro a marca agora, que prometia emagrecer as pessoas ao esticar a foto.  Bem, o site Stylelist conseguiu colocar as mãos em um brinquedo desses e saiu às ruas para testar a criança. O resultado é mais ou menos o que eu esperava.

As fotos ficam com uma aparência totalmente artificial e a pessoa se transforma em personagem de algum filme de terror. Sim, eu achei tenebroso. O antes e o depois também mostram que a foto original feita pela câmera possui graves problemas, mas as edições são o que transformam as imagens em frutos de alguma piada de mau gosto. O pior é que o autor da reportagem adorou o efeito e justificou que é muito divertido trabalhar com a câmera, mostrando que esse tipo de bizarrice já se tornou normal em nossa sociedade. Mas, os próprios comentários no texto mostram que os leitores não ficaram tão convencidos assim.

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