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Call of Duty e os jogos anuais

Jogos com lançamentos anuais saturam rapidamente. Qual a saída para manter os cofres das produtoras abastecidos e, ao mesmo tempo, entregar títulos originais para os ardorosos fãs?

13 anos atrás

Você não sabe onde vai ser, como vai ser, mais sabe que vai ter, franquias anuais fazem parte dos videogames e vão continuar assim por muito tempo. Você sabe que a Activision vai lançar um novo Call of Duty, que vão criar um novo FIFA e um PES para competir entre eles, sabe que vai ter mais um jogo de futebol americano e de golfe. No fim, eles são quase sempre a mesma coisa, claro, gráficos mais refinados, movimentação mais realista e algumas firulas que ninguém liga, mas nada de inovação.

Esse ano tem Call of Duty? Tem sim senhor

O primeiro Call of Duty foi um dos melhores games da época. Mesmo tendo copiando tudo o que pode de Medal of Honor, o segundo introduziu um novo tipo de tiroteio virtual, onde a tensão e ferocidade dos combates predominavam e você só tinha tempo de atirar e correr pela sua vida.

O terceiro já não foi tão inovador, bem mais fraco que o segundo e o quarto. Bem, Call of Duty 4 quebrou a mesmice da Segunda Guerra Mundial e colocou os jogadores nas botas de um soldado em plena Guerra Moderna. World at War voltou à Segunda Guerra, e Modern Warfare 2 introduziu ainda mais tensão à formula, mesmo que tivesse que sacrificar muito tempo de jogatina em seu favor, claro que seu multiplayer foi muito admirado. No ano seguinte, Black Ops foi lançado, com um tempo de jogo muito curto, um multiplayer igual ao de Modern Warfare 2 e... Espere aí, os jogadores finalmente perceberam que passaram todo esse tempo atirando e atirando, sem nada de diferente desde Call of Duty 4, lançado em 2007, que cá entre nós, inovou mais em ambientação do que em mecânica.

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Mas afinal, para que perder tempo inovando e criando novas fórmulas quando é certo que um novo Call of Duty vai vender horrores? Esse é exatamente o problema com a série. Ela já conquistou os jogadores, e enquanto o nome Call of Duty estiver no topo da lista de mais vendidos, ela vai continuar igual, até chegar um momento em que a série vai olhar para trás e ver que repetiu a mesma coisa durante incontáveis anos, e que não tem mais ninguém interessado em gastar seu suado dinheirinho em um jogo igual ao lançado no ano passado, vai ser nesse momento que Call of Duty vai se reinventar.

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É claro que inovar num gênero tão saturado quanto o de Tiro em Primeira Pessoa é complicado, adicionar puzzles? Não, Call of Duty é um jogo militar e quebra-cabeças têm que ficar para aventureiros estilo Nathan Drake. Incorporar elementos de RPG? Aumentar consideravelmente o tempo de jogatina, criar uma forma completamente nova de jogar? Não sabemos, mas esse ano sai mais um Call of Duty, sabemos que irá vender bem e sabemos que será divertido, mas vai trazer algo de novo a série? Espere para ver.

Guitar Hero e seu trágico fim

vin_cod_26.02.11Será que deveríamos mesmo colocar Guitar Hero nesse artigo, afinal é sobre jogos anuais e poderíamos dizer que Guitar Hero é trimestral, já que só em 2009 tivemos quatro jogos, todos idênticos, apenas com músicas e títulos novos. Quem vai querer gastar dinheiro em quatro jogos iguais, todos lançados no mesmo ano?

Guitar Hero se matou por falta de inovação, ninguém mais aguenta jogos musicais, as guitarras de plástico são legais mas lançar o mesmo jogo várias vezes por ano é demais, e para continuar, esse gênero vai ter que mudar drasticamente.

Não sabemos como, já que não há muito onde inovar. Colocar instrumentos reais Rock Band já fez, o próximo passo? Não sei, talvez se preocupar mais em lançar músicas novas via DLC para o jogo e depois que passar um bom tempo anunciar um novo jogo com gráficos renovados e uma ou outra ideia que convença os jogadores a comprar ou, talvez, inventar uma mecânica completamente nova, o que seria bem complicado e talvez não desse certo.

E os jogos de Esporte?

Como inovar num jogo de futebol? As regras não vão mudar e a não ser que você coloque jogadores armados com lasers num campo de batalha onde os times devem lutar para levar a bola para o gol em meio a um tiroteio, ele vai continuar igual.

O tempo dos jogos de esporte, assim com dos de música, está passando, daqui a algum tempo ninguém vai ligar mais para o novo FIFA ou Madden NFL, você ainda estará jogando seu FIFA 2009 e vai ver que não compensa muito gastar seu dinheiro no FIFA 11 se ele é praticamente o mesmo jogo com algumas firulas a mais. O negócio então é inovar (jogadores armados, alguém?) ou abandonar o gênero.

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No fim, os jogos anuais vão continuar existindo, principalmente porque a maioria tem fãs fiéis, mas repetição não é bom para ninguém, e enquanto jogos como StarCraft, Halo ou Battlefield passam por mais tempo de produção em troca de um jogo mais original, outros vão continuar insistindo em lançar títulos todo ano e outros vão entrar nessa lista, afinal, alto número de vendas e produtores ambiciosos são suficientes para estragar qualquer franquia.

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