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iPad-Killer da HP com "Demanda Extraordinária", mas calma...

13 anos atrás


Se os profissionais de assessoria de imprensa da HP forem espertos faturam milhões de dólares em espaço de mídia trabalhando a notícia, afinal não é todo dia que um produto some das prateleiras e tem uma espera de seis semanas, e dadas as características do HP Slate 500, ninguém duvidaria da afirmação da HP que a demanda surpreendeu a empresa, superando todas as projeções.

O Slate 500 é um tablet multitouch rodando Windows 7, com 32/64GB de armazenamento, 2GB de RAM, tela de 8.9 polegadas, 1200x600 pixels, processador Atom Z540 a 1.86GHz, WIFI, USB, Bluetooth, duas câmeras (uma VGA frontal e uma de 3 Megapixels na traseira) e muito mais capacidade que um iPad. O Slate é o netbook parrudo sem teclado, rivalizando até com os Macbooks Air Mini, ou seja lá como Jobs tenha chamado os minimacbooks dele.

Claro, se a notícia fosse só isso não seria notícia. Tablets sempre foram produtos rejeitados, o Slate teria algo que o diferenciasse a ponto de gerar essa demanda toda?

Não. O Slate faz concessões demais à idiotice humana para ser um produto vencedor. Pra começar, ele admite que o Windows é um sistema instável e inapropriado para pads. Como? Digamos que o Slate 500 tem um BOTÃO CLTR+ALT+DEL para resetar o Windows. Eles têm tão pouco controle sobre o próprio hardware que não conseguem colocar um botão de power que soprepuje o sistema operacional em caso de necessidade. Outra? Veja esta barbaridade:

Isso que você está vendo é uma bandejinha que o Slate tem para... colar adesivos. Sim, meus caros. Aquelas etiquetas de FCC, serial do produto, serial do Windows, etc, etc. Algum sujeito sem mãe achou que a saída elegante para não poluir a traseira do equipamento seria... projetar uma peça móvel, ocupar espaço interno e aumentar o número de coisas que vão quebrar e custarão dinheiro para substituir.

Qual a solução da Apple pra esses números obrigatórios?

Isso mesmo, dentro do software. Settings / General / About / Regulatory. Acabou.

Custando US$800,00 e tendo sido redirecionado para o mercado corporativo, a demanda extraordinária do Slate surpreendeu, até porque havia sido lançado mês passado. Estará a HP mentindo?

Não, claro que não, a demanda realmente foi acima das expectativas, os números absolutos é que não são tão impressionantes. Segundo o Engadget, a HP projetou uma produção de 5000 unidades. Não 5000/mês, mas 5000 no total. Os pedidos foram na casa de 9000, o que fez com que a linha de produção tivesse que ser remontada, isso leva tempo.

Isso mesmo. 5000 unidades. Não exatamente um iPad-Killer, visto que este teve 500 mil unidades vendidas na primeira semana, se serve de consolo pros fanboys do Slate (há algum?) ele teve um desempenho bem melhor do que o JooJoo, aquele tablet que surgiu como Crunchpad e no primeiro mês vendeu incríveis 64 unidades.

Então é FAIL?

Não necessariamente. O mercado corporativo é diferente, não dá para comparar números com o mercado de consumidor final. Hoje há uma demanda por números absurda, seja seguidores no Twitter, sejam vendas brutas. A própria Microsoft entrou nessa onda, com gente da empresa se gabando que o Kinect venderá mais unidades que o iPad. Qual a lógica de comparar produtos de faixas de preços diferentes com finalidades totalmente diferentes?

Eu acredito que o Slate seja um excelente tablet para o mercado corporativo, onde essas decisões surreais como bandeja de etiquetas não são vistas como... decisões surreais. Rodando Windows 7 ele aceita todos os esquisitos softwares de VPN e autenticação que empresas gostam de usar, e o gerenciamento de memória é bem mais robusto, não há chances de uma planilha gigantesca derrubar o sistema, como aconteceria em um iPad.

O erro aqui é dos próprios usuários, que caçam novidades e Killers sem se preocupar com o público-alvo dos produtos, esquecendo que em termos de gadgets não existe isso de um modelo atende a todos.

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