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AMD Fusion prestes a matar o conceito de CPU?

O AMD Fusion, conceito da AMD que une CPU e GPU numa unidade só, está cada vez mais perto de sair. Seria o conceito dele o fim das CPUs?

13 anos e meio atrás

Não é muito difícil encontrar hoje em dia placas de vídeo que são monstruosas, tanto na aparência, quanto na capacidade de processamento. Um núcleo para quase cada processo de renderização e capacidade de memória de vídeo tão altas quanto as da memória principal fazem delas uma placa-mãe à parte, literalmente.

Essa evolução no tamanho e capacidade delas tem lá seu limite, muito por conta da interface já “cansada” PCI Express, que não permite um swap maior entre a GPU e outras unidades do computador. A CPU fica com todo o processamento que não se baseie em vetores, subutilizando toda a usina nuclear contida na unidade gráfica. Mesmo em jogos modernos é possível observar esse uso relativamente pequeno, geralmente abaixo dos 80%, já que é preciso uma sincronização entre as partes do sistema, formando muitas vezes o famoso “gargalo”.

Tecnologias como CUDA e OpenCL têm como objetivo básico usar mais a GPU para processos não relacionados a vetorização, porém são soluções que dependem basicamente do software, enquanto tudo continua separado no seu canto nos becos do gabinete. Uma união mais concreta das unidades de processamento já existe nos laboratórios da AMD desde que a gigante adquiriu a ATi, o AMD Fusion.

A arquitetura básica do AMD Fusion.

O nome por si só já explica bastante (uma fusão, d’oh!). Juntar CPU e GPU numa coisa só, mais eficiente, economizando espaço e energia, criando algo apelidado de APU (Accelerated Processing Unit, que significa na forma literal Unidade de Processamento Acelerado), conceito que já nasceu e morreu algumas vezes em passados mais distantes. Mas por que diabos só a ideia de CPU seria extinto, e não os dois de uma vez?

Simples: as CPUs sempre tiveram um uso mais genérico enquanto as GPUs, por serem voltadas apenas para a renderização, alcançaram tecnologias cada vez mais eficientes, não só dividindo tarefas entre os núcleos (como os dual/quad-core fazem), mas especificando o que cada um faz. A evolução desse hardware, muito em parte trazida pela busca dos gráficos cada vez mais realistas no desktop e nos consoles, passou com folga a evolução ocorrida nas CPUs, que não podiam ter núcleos tão específicos por conta do “uso geral” que têm. Mas vale dizer que isso é apenas teórico, já que a ideia de uma APU pode no fim não dar certo, o que nos faria continuar nas usuais unidades separadas.

Esse jeitão separado das coisas ainda é bem realidade e acompanha os computadores pessoais há anos, mesmo nos PCs ditos (incorretamente) como “sem placa de vídeo” pelos leigos. Essa separação fez com que muitos programas, ainda que com algumas de suas funções sendo mais eficientemente processadas na GPU, fossem programados para usar prioritariamente a CPU. Uma readaptação completa de alguns desses programas é inviável, muitas vezes usando diversos códigos de terceiros modificados e misturados, o que faz com que apenas leves otimizações sejam feitas. Alternativas que unam de forma menos agressiva então são mais que bem-vindas.

O AMD Fusion, assim como o (ainda não tão próximo) Larrabee da Intel, pretende suprir de certo modo essa lacuna entre CPU e GPU, juntando tudo numa unidade só. Não será por enquanto o que esperamos em performance (principalmente se ela a você se resumir a "Unidade Crysis de Medição"), afinal o projeto é por enquanto voltado aos notebooks, e nesse meio tempo as placas de vídeo ainda farão parte do maquinário de quem consome gráficos pesados, mas é um começo pra nos livrarmos do jeito separado que unidades de processamento semelhantes como essas duas possuem.

Fonte: Ars Technica.

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