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Microsoft lança KIN, o Twilight Phone

Microsoft lança o KIN, smartphone com Windows Phone 7 e voltado a adolescentes norte-americanos.

14 anos atrás

Durante muito tempo uma febre tomou conta da juventude nos EUA, e não foi a volta do Sarampo, graças à Jenny McCarthy e o pessoal anti-vacina. A culpa foi do Sidekick, um celular criado para um público específico, com teclado QWERTY e uma finalidade específica: ser uma excelente ferramenta para envio e recepção de SMS, evoluindo posteriormente para uma plataforma voltada para Instant Messengers em geral.

Em 2008 a Microsoft adquiriu a empresa, acumulando know-how no processo, mas ninguém sabia o que ela faria com o produto. Lançar um telefone próprio seria fora de questão, mas então vazaram informações sobre o Projeto Pink, um “Celular da Microsoft”

A Microsoft aprendeu, desde o tempo da caixa do iPod

Ontem a empresa apresentou o KIN, e devo dizer que conseguiram o melhor de dois mundos: lançaram um telefone próprio SEM melindrar os parceiros de hardware.

O KIN por incrível que pareça não é o primeiro celular com Windows Phone 7, embora a interface seja bem parecida. De qualquer jeito, você vai odiar. Eu vou odiar, o leitor médio do MeioBit vai odiar. Motivo? Não somos o target.

KIN 2 — A Missão

O alvo é o público jovem, abaixo dos 25 anos, que não acha a menor graça no iPhone e considera o Blackberry coisa de velho. É o pessoal que, como dito na apresentação, vai a shows com milhares de pessoas ou a festas e se não puder postar no Facebook, se considera “isolado dos amigos”.

Não são geeks, não querem ser geeks, são os legítimos usuários das redes sociais, muito mais preocupados em mandar as fotos da balada (em português carioca “balada” é conhecido como “night”) e conversar com os amigos do que ficar instalando Apps Flatulentas da *Store.


Os dois aparelhos apresentam uma tela dinâmica com as últimas atualizações de seus contatos, independente da rede social. O conceito é integrar pessoas com pessoas, não pessoas com redes sociais. Por isso o foco de compartilhamento é entre contatos.

Tudo é feito através de arrastar e soltar, o botão verde central é o ponto de compartilhamento. Ali você solta o conteúdo, em seguida arrasta as pessoas (ou as redes) para as quais deseja mandar o conteúdo, e o telefone faz o resto.

Ambos trazem câmeras com flashs de LED, prometido como 9 vezes mais potente que o melhor do mercado, pensado para o uso em discotecas, boates ou seja lá onde os jovens vão. O KIN 1 traz uma câmera de 5 megapixels e filma e SD, já o KIN 2 traz uma câmera de 8 megapixels e filma em HD, 720p. O primeiro tem 4 GB de memória, contra 8 GB do segundo.

Não há aplicações específicas para cada rede social, você as configura nas preferências, depois é só usar a interface unificada.

As fotos são enviadas com informação de geolocalização para o Facebook, MySpace ou Flickr, e é possível visualizá-las num Bing Maps. Não dá pra subir fotos para o Twitter. Não que dê normalmente, sem usar serviços de terceiros.

A filosofia de Cloud Computing se faz presente na figura do KIN Studio, um website que guarda tudo que você faz com o telefone. Todas as mensagens trocadas, fotos, contatos, vídeos, tudo. A visualização é feita via uma timeline, e esse arquivo faz com que um KIN perdido (curiosamente nunca usam o termo “roubado” nas apresentações) seja facilmente substituído e o novo repovoado com conteúdo.

O KIN Studio em ação

Também vem incluído um cliente de e-mail, um navegador web (que permite compartilhar sites ou trechos de páginas) e a parte de multimídia, que assim como o resto do mundo Windows Phone 7, utiliza o Zune. Yes, Virginia, o KIN ainda por cima é um Zune. Mas não se decepcione com os 4 GB ou 8 GB, o KIN faz streaming Wi-Fi e 3G de conteúdo do Zune Marketplace, se você tem um Zune Pass tem acesso a literalmente TUDO que há lá.

A Interface é fluida, muito semelhante à apresentada no lançamento do Windows Phone 7, e rodando em cima de plataforma Tegra, dá pra entender a fuidez:

Já há um considerável número de críticas se acumulando (afinal foi lançamento da Microsoft) entre elas a de que ele não permite visualizar vídeos do YouTube (o que realmente é problemático), mas também há discussões sobre a ausência de um aplicativo de mapas e um de agenda de compromissos, e sem perceber caimos no velho problema de reinventar o smartphone.

Não é um smartphone, não tem calendário pois adolescentes não agendam seus compromissos no computador. Também não tem (estranho terem deixado essa de fora) aplicativos do Office, pois somente pedagogas delirantes achariam que os usuários fariam dever de casa no celular.

O Gizmodo estima que o modelo mais caro custará menos de US$ 150,00; bem dentro da faixa ideal para o público-alvo.

A atitude mais ousada e questionável é a ausência de instant messengers. Será que as redes sociais "mataram" os IMs, como "mataram" o e-mail? Não tenho dados.

Dará certo? Não sei, o conceito é bom mas a quantidade de "defeitos" nubla as projeções, é como analisar Crepúsculo depois de ter lido Bram Stoker e Neil Gaiman. Racionalmente não se sustenta mas não quer dizer que não tenha uma legião enorme de fãs.

O tempo dirá se a Microsoft acertou mais uma vez ou lançou o primeiro mico em muito tempo.

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