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Fotógrafo é bloqueado no Facebook por "atirar" em cristãos

Fotógrafo foi bloqueado no facebook por 24 horas após utilizar a palavra shooting em um contexto muito familiar dentro da fotografia.

6 anos atrás

Eu tenho uma relação de amor e ódio com o Facebook. Suas normas são rígidas, o que me impede de mostrar a maior parte do meu trabalho, mas também entendo o lado deles. São uma rede que pretende ser acessível para toda a família, o que facilita a venda de publicidade para grandes empresas. E já que o serviço é deles, nada mais justo que eu siga as regras. Se não gostar sempre existe a possibilidade de outras redes, ou simplesmente ter um site próprio. Mas, irrita. Já fui bloqueado várias vezes e, atualmente, minhas punições são de 30 dias.

Mas, embora eu admita que algumas punições eu levei por merecimento, outras foram totalmente injustas. Provavelmente por estar marcado no sistema, eu seja um tipo de destaque na rede. Certa vez fui bloqueado por compartilhar uma matéria do UOL que falava sobre Gamme of Thrones. Infelizmente, a imagem que estava na matéria mostrava uma cena de nudez. Foi o primeiro block de 30 dias que levei. A última punição foi por conta de uma imagem que aparecia (bem pouco) o bumbum da modelo. Tem coisa muito pior rodando na rede do tio Zuck, mas eu devo ser um usuário problema. Nos últimos meses eu ando bem comportado.

Quem teve um problema injusto para com a rede social foi o fotógrafo Nicolas Chinardet. Ele foi bloqueado por 24 horas na rede social por ter postado que estava atirando em alguns cristãos. Para quem tem familiaridade com a língua inglesa, existem algumas palavras que mudam de sentido dependendo do seu contexto. Temos, por exemplo, a palavra “pack” que pode ser o coletivo para um grupo de lobos ou simplesmente quando você arruma as suas malas para o feriado. O Google traduz pack como pacote.

Da mesma forma, os fotógrafos que falam inglês costumam falar shooting (atirando) para o ato de fotografar. Então Nicolas foi banido do facebook por 24 horas por ter publicado a frase: shooting a few Christians. Depois do ocorrido o fotógrafo postou no twitter a sua indignação.

A punição já acabou e Nicolas publicou em seu perfil que foi contratado pela QX Magazine para tirar fotos de um grupo de cristãos LGBT em uma igreja no centro de Londres, na Inglaterra. Em uma entrevista ao Mirror o fotógrafo disse que entende que as palavras devem ser melhor escolhidas, mas que o Facebook deveria ser capaz de entender o contexto da utilização das frases e ter um mecanismos para que o usuário possa recorrer ou explicar o que está acontecendo.

Novamente eu entendo os dois lados. O fotógrafo fez algo que todos consideram normal e não esperava que sua colocação inocente pudesse ter outros entendimentos. Mas, o Facebook trabalha com mecanismos automatizados. Criar grupos humanos para filtrar tudo isso é quase impossível. Uma punição de 24 horas acabaria bem antes que alguém pudesse analisar o caso, já que haveriam milhões de reclamações a serem verificadas manualmente. Já que não é possível ter um sistema de entendimento para situações específicas, então tudo é cortado.

Infelizmente essa é a vida.

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