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Começou! Sujeito é demitido por Desinteligência Artificial enquanto chefes assistem a tudo impotentes

Parece coisa de Além da Imaginação, o Black Mirror de quem já paga boleto. O sujeito foi trabalhar normalmente quando descobriu que estava sendo eliminado dos sistemas da empresa, até que foi escoltado pra fora do prédio. O Computador o havia demitido e ninguém pôde fazer nada.

6 anos atrás

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É um clichê comum na ficção científica o computador que se revolta e destrói digitalmente a vida de um desafeto. Vimos isso em toda sorte de filmes ruins, como A Rede, e filmes bobinhos mas fofos como Amores Eletrônicos (era ficção, então é aceitável um Apple hétero). O que ninguém esperava era que isso acontecesse no mundo real, mas aconteceu com um egípcio chamado Ibrahim Diallo.

O sujeito estava feliz e contente em uma empresa na Califórnia. Trabalhando em um projeto que duraria pelo menos três anos, era querido pelos chefes, não dava alteração, era um cara legal. Até que um dia, com oito meses de casa ele tentou entrar e seu cartão de acesso não foi reconhecido.

Acontece nas melhores famílias, ele não deu muita bola, comentou com a gerente,que disse que ia pedir um cartão novo, e nos dias seguintes ele usou um cartão de acesso provisório ou entrava com ajuda de José, o segurança. Eis que o pesadelo cyber-kafkiano mostrou suas garras.

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Ibrahim Diallo

Ibrahim começou a perder acesso a contas nos sistemas da empresa. O recrutador que havia contratado Ibrahim entrou em contato com ele pois havia recebido um email dizendo que ele havia sido demitido. Correndo para a gerente, ela não sabia de nada, mas iria averiguar.

No dia seguinte ele nem entrar conseguia mais, o nome dele apareceu em vermelho na lista negra e não conseguiam emitir cartões de acesso provisórios. A gerente teve que descer para deixar Ibrahim entrar na empresa. Ela contou que recebeu um email avisando que o cartão dele havia sido usado depois que ele havia sido demitido, o que era uma violação de segurança, mas que ele não tinha sido demitido.

Ele e a gerente escalaram o caso para uma diretora, que riu e ligou pro suporte mandando consertarem a situação. The End todos felizes, ufa, que susto.

Só que não.

No dia seguinte ele só conseguia entrar em uma máquina Linux, todos os outros sistemas estavam inacessíveis. Quando viu José e outro segurança estavam em frente à mesa com ordens de expulsar Ibrahim do prédio.

A diretora quando soube ficou puta nas tamancas. Os seguranças haviam recebido um email em tom ameaçador ORDENANDO que Ibrahim fosse removido das premissas, como os gringos gostam de falar. Ela exigiu saber quem havia mandado o email, na verdade todos os emails.

As mensagens vinham com textos em negrito e fonte vermelha, durante três semanas o pessoal do RH e da TI investigou o caso e de vez em quando mandavam atualizações para Ibrahim com os emails anexados, eram ordens para remover o usuário dele de sistemas, de planilhas, todo o processo pré e pós-demissão.

Depois de muita bateção de cabeça, descobriram a origem de tudo: o antigo gerente de Ibrahim havia sido demitido, e passou os últimos dias em home office, e claro que chutou o balde. Deixou de fazer várias coisas incluindo renovar o contrato do pobre Ibrahim.

O sistema da empresa era extremamente automatizado, tudo funcionando lindamente, as demissões eram operacionalizadas com um clique, ou um gatilho, no caso a não-renovação do contrato. A única contingência que não  pensaram era que o funcionário poderia ter sido demitido por erro.

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Isso mesmo, não havia nenhuma forma de interromper o processo. Lembra da velha tirinha do Dilbert onde o sistema decidiu que ele estava morto, e o suporte decide que é mais fácil matar o coitado do que achar o bug? Se tornou realidade.

A solução final foi exterminar Ibrahim, a demissão foi concluída e ele foi recontratado, tendo que passar por todo o processo burocrático. Pior, ele não recebeu salário pelas três semanas de purgatório. Thanks, Temer, digo, Obama.

Pra piorar quando voltou os antigos colegas começaram a tratá-lo de forma diferente, desconfiados com a história inacreditável. Ibrahim acabou pedindo as contas de verdade e indo trabalhar em outro canto.

Ah sim, antes que alguém diga que não foi um sistema de Inteligência Artificial, lembro que todo o processo de decisão ocorreu por conta própria, é uma IA rudimentar, no máximo umas 10× mais inteligente do que o batráquio que projetou a coisa toda no começo.

O relato completo você pode ler no blog do Ibrahim.

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