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Tomada inteligente do MIT pode identificar picos de energia perigosos

Pesquisadores do MIT desenvolveram uma “tomada inteligente”, capaz de reconhecer picos de energia perigosos dos normais, para que o sistema não seja interrompido caso não corra nenhum risco.

6 anos atrás

Ilustração da tomada inteligente do MIT

Sabe quando ao ligar o chuveiro elétrico ou o liquidificador o disjuntor desarma, desligando todos os aparelhos do ambiente? Isso pode ser uma simples sobrecarga no circuito, ou então algo mais sério, indicando que a instalação elétrica da casa está com problemas, com fios frouxos ou derretidos, causando um curto circuito ou falha de arco que podem provocar um incêndio.

Para deixar os usuários mais tranquilos, existem os interruptores de circuito de falha de arco (os Arc Fault Circuit Interrupters ou AFCIs) que contam com pequenos processadores e rodam um algoritmo procurando por assinaturas de arcos, mas de forma bem rudimentar. O problema deles é que, na dúvida, interrompem o sistema, mesmo quando o pico de energia pode não ser perigoso. Para resolver esta questão, pesquisadores do MIT desenvolveram uma “tomada inteligente”, capaz de identificar picos de energia normais dos mais perigosos, sem interromper a energia quando perceber que se trata do primeiro caso. Como ela só desliga a energia caso a rede esteja com algum problema real, a produtividade da casa ou do ambiente de trabalho só serão prejudicadas caso haja algum risco.

A ideia é que além do hardware local que identifica os dados da corrente elétrica em tempo real, todos os resultados sejam enviados para a nuvem, para serem analisados usando redes neurais para identificar os dados e tentar entender se são perigosos ou não. Ao instalar a tomada em sua casa, o usuário também poderá acompanhar todas as informações sobre o consumo de energia dos aparelhos que estão ligados através de um app no smartphone.

A tomada do MIT pode ser treinada para identificar quais aparelhos estão ligados em qual entrada, assim o sistema pode se tornar mais inteligente e eficiente com o passar do tempo. No estudo as tomadas foram treinadas para identificar os padrões de um ventilador, um iMac, um forno elétrico e um gerador de ozônio, escolhido por produzir uma reação parecida com uma falha de arco. Usando hardware e software, o sistema identificou a origem do sinal em 95,61% dos testes, e foi capaz de identificar sinais comuns dos perigosos com 99,95% de eficiência.

No momento, essa tomada inteligente ainda é um estudo de autoria de Joshua Siegel e Shane Pratt do Departamento de Engenharia Mecânica do MIT, que criaram o detector que diferencia os picos de energia perigosos dos comuns com um Rapsberry Pi 3, um alicate amperímetro e uma placa de som USB, usada aqui para captar os dados da corrente, através do seu conversor analógico-digital integrado. Bastante engenhoso.

No futuro, quando várias tomadas conectadas estejam enviando os dados para o sistema, os problemas de interrupções de energia causados por picos de energia benignos serão gradualmente eliminados. Siegel acredita que isso vá se tornar realidade logo: “Na hora em que tivermos 1.000 ou 10 mil usuários contribuindo com o modelo, poucas pessoas vão ter continuar a ter estes problemas, pois teremos uma grande quantidade de dados agregados em muitas casas diferentes”.

Ele acredita que o projeto da tomada inteligente serve como prova de conceito da inteligência pervasiva, ou computação ubíqua, com um mundo de aparelhos inteligentes e conectados, capazes de auto-diagnóstico para atenderem melhor aos usuários. Só tenho a dúvida se, como o Cardoso gosta de dizer, eles não estão resolvendo um problema que ninguém tem.

Saiba mais sobre a tomada no MIT.

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