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Cientistas com ajuda do Super-Homem revertem paralisia com estimulação espinhal não-invasiva

Outro dia, outra pesquisa promissora. Um grupo de cientistas da Universidade da Califórnia conseguiu resultados surpreendentes estimulando a espinha de pacientes com paralisia usando eletricidade. Ninguém saiu andando, claro, mas as melhorias de qualidade de vida foram imensas.

6 anos atrás

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Somente os muito fortes entenderão essa.

Existem vários tipos de paralisias causadas por lesões na medula. Nem todos são totais, o que às vezes é até mais cruel, pois o sujeito consegue mover os braços mas perde todo o controle motor sobre as mãos e os dedos. Até hoje havia pouco a ser feito, mas uma pesquisa está mudando isso, inclusive em pacientes com décadas de paralisia.

Agora uma pesquisa bancada entre outros pela Christopher and Dana Reeve Foundation experimentou com estimulação elétrica agindo como uma ponte entre os caminhos neurais danificados.

Não é um sistema que gera sinais elétricos diretamente nos músculos: ele utiliza os nervos do paciente, respondendo aos comandos motores dele. Os resultados foram excelentes, tanto em recuperação de movimento como em tônus muscular.

Depois de um mês de sessões de treinamento com o equipamento, os pacientes conseguiram até 325% de aumento na força com que seguravam objetos. E melhor: sem o equipamento ativo o ganho foi de 225%. Não só funciona como prótese mas também como tratamento.

Dois dos pacientes voltaram ao laboratório 60 dias após o término do experimento e ainda mantinham o mesmo tônus muscular, inclusive sendo capazes de coisas que não faziam antes, como abrir garrafas plásticas.

Um paciente ganhou de volta a habilidade de digitar a senha no caixa eletrônico e retirar e colocar o cartão, coisa que não era capaz de fazer. Outro relatou que depois do tratamento voltou a conseguir usar uma colher e um celular.

O experimento não se restringiu a movimentos de mãos, foram reportados ganhos de postura, facilidade para sentar por conta própria e um paciente disse que recuperou sua “função sexual”.

A pesquisa da Universidade da Califórnia ainda é preliminar, mas como é um método não-invasivo que não envolve drogas, isso pode virar um produto comercial bem rápido, e será excelente para muita, muita gente. Melhor ainda: tem tudo pra ser barato.

O lado ruim é que como será uma espécie de prótese, isso é considerado Eugenia e o pessoal de Humanas não gosta.


Edgerton Lab, University of California Los Angeles — Noninvasive activation of cervical spinal networks after severe paralysis

Paper: Noninvasive activation of cervical spinal networks after severe paralysis.

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