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Depois dos Tudors e dos Vikings, Michael Hirst e Martin Scorsese preparam série sobre Roma

Diretor Martin Scorsese e roteirista Michael Hirst, criador das séries The Tudors e Vikings se unem para produzir uma nova atracão para a TV, focada nos primeiros governantes do Império Romano.

6 anos atrás

A série de Scorsese e Hirst pode ter sucesso onde a da HBO falhou, por ser cara demais para permanecer viável

Um dos maiores diretores de cinema de todos os tempos se une a um dos principais roteiristas britânicos da atualidade em um projeto audacioso: Martin Scorsese e Michael Hirst, criador e showrunner de séries como The Tudors e Vikings estão trabalhando numa nova produção para a TV chamada The Caesars, focada no período histórico entre o fim da República Romana e o início do Império.

A ideia por trás de The Caesars é narrar os primeiros anos do período imperial, desde a ascensão de Júlio César como ditador e cônsul e seus sucessores diretos, de forma similar ao que a HBO tentou fazer uma décadas atrás com Roma e não conseguiu. De acordo com o comunicado oficial o argumento da primeira temporada já está pronto, bem como o episódio piloto já foi devidamente roteirizado.

Embora Scorsese seja muito mais conhecido por sua sólida carreira no cinema, suas incursões na televisão não são de todo desconhecidas do público: ele dirigiu um dos episódios da antologia original Amazing Stories, de Steven Spielberg e foi produtor executivo da excelente Boardwalk Empire, um drama de época da HBO estrelado por Steve Buscemi. Sua mais recente tentativa foi Vinyl, criada em conjunto com o vocalista dos Rolling Stones Mick Jagger que não passou da primeira temporada, por não ter sido bem recebida pelo público.

Já Michael Hirst possui uma prateleira recheada de prêmios, ganhos tanto com suas criações The Tudors (que levou o Emmy) quanto com Vikings (principalmente vários Irish Awards e um Sattelite Awards), ao mesmo tempo que contribuiu como co-produtor de The Borgias e Camelot. A parceria com Scorsese pode levar à criação de uma obra que supra as falhas de ambos e aproveite suas principais características.

Scorsese volta à TV depois da cancelada Vinyl, e pode atuar como freio nos impulsos de Hirst em alterar fatos históricos

Scorsese pode inclusive corrigir o maior defeito de Hirst: ele não se importa em esculhambar a ordem cronológica e misturar fatos e acontecimentos desde que isso lhe permita contar uma boa história, algo imperdoável para uma produção dita histórica. Isso ocorre ao menos desde 1998, quando Hirst escreveu o roteiro de Elizabeth e se manteve em Elizabeth: A Era de Ouro, ambos filmes estrelados por Cate Blanchett; The Tudors e Vikings igualmente possuem vários erros cronológicos, a última inclusive chega a misturar personagens e acontecimentos de um século de diferença (especificamente fazer de Rollo, o primeiro duque da Normandia o irmão de Ragnar Lothbrok).

Por outro lado, no atual cenário de hoje com produções televisivas ou para serviços de streaming cada vez mais caras, é possível que The Caesars tenha uma longevidade maior que Roma. Exibida entre 2005 e 2007, embora fosse um primor técnico seu alto custo, de em torno de US$ 9 milhões por episódio a tornou completamente inviável para a HBO numa época pré-Game of Thrones, não tendo resistido mais do que duas temporadas e 22 episódios; porém, como hoje a série baseada nos livros de George R.R. Martin consome valores similares (sem levar em conta a inflação), o presente projeto de Scorsese e Hirst teria muito mais chances de ser levado adiante por um bom tempo. Claro, desde que a audiência e o retorno financeiro sejam satisfatórios.

A previsão é que as filmagens de The Caesars comecem no próximo ano na Itália, portanto a série não deverá dar as caras antes de 2020. Não há informações sobre qual emissora ou serviço de streaming abraçará a empreitada.

Fonte: The Guardian.

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