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Facebook deixará de pagar todos os criadores de conteúdo em vídeo, pequenos e grandes

A fonte secou: o Facebook não renovará contratos de pagamento a criadores de vídeos para a plataforma, sejam independentes ou produtoras; que todos se virem com anúncios.

6 anos atrás

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Enquanto criadores de conteúdo pastam para se adequar às regras de monetização do YouTube, o Facebook oferecer uma opção até que vantajosa para grandes canais e produtoras, e até mesmo para os independentes que queriam levantar uma graninha: a rede social injetou uma grana preta de modo a trazer nomes de peso para seu Jardim Murado, desde que eles criassem vídeos On Demand ou ao vivo que pudessem ser veiculados e vendidos para anunciantes, e receberiam um cheque significativo da rede social.

Bem, não mais.

O Facebook está a um bom tempo tentando desenrolar sua plataforma de vídeos, desde a de VOD para bater de frente com o YouTube como a de transmissões ao vivo, seja via desktop (onde ela briga com o Twitch, entre outros) como no mobile, em que ela conta com concorrentes como o Twitter (através do Periscope) e novamente o YouTube. A forma que ela encontrou para cooptar produtores de conteúdo, agências e celebridades que já tinham no YouTube e em outros produtos uma fonte de visualização e renda constante foi obviamente abrir a carteira, estabelecendo contratos em que os criadores precisavam subir vídeos de pelo menos 90 segundos no caso de VOD, ou de seis minutos para transmissões ao vivo. O motivo? Vídeos menores não podiam ser monetizados.

Àqueles agraciados recebiam não só uma fatia da monetização através dos ads como um montante significativo do Facebook, o que atraiu plataformas como o BuzzFeed, jornais como o The New York Times, times como o Barcelona, museus como os de História Natural e Metropolitano de Arte de Nova Iorque e celebridades como Kevin Hart, Michael Phelps, Russell Wilson, Gordon Ramsey, o dr. Deepak Chopra, os DJs Armin Van Buuren e Hardwell, ex-celebridades do Vine como Logan Paul, Andrew “King Bach” Bachelor e Lele Pons e vários outros. Ao todo especula-se que o Facebook tenha desembolsado cerca de US$ 50 milhões para trazer essa cabeçada para suas fileiras.

Só que agora, com uma base instalada de criadores e vídeos em grande quantidade o Facebook mostrou mais uma vez porque é uma grande plataforma sacana, ao entrar no modo Full Darth Vader:


AtlasFox — I Am Altering The Deal

Segundo informes de diversas plataformas que mantêm contratos com o Facebook, os mesmos expirarão ao fim de 2017 e no decorrer de 2018 e a rede social já teria sinalizado que não irá renovar nenhum, encerrando assim cerca de 300 acordos que mantinha com os produtores sejam independentes, agências ou celebridades top. Ninguém verá mais nenhum tostão vindo do Zuckerberg e se quiserem continuar dentro do serviço, terão que se contentar com os tostões revertidos pela monetização através de anúncios no formato “mid-break” (interrupção no meio do vídeo, por isso a exigência específica de um mínimo de duração dos vídeos). Exatamente como o YouTube atua.

Vale lembrar que a mudança nas condições irá afetar muita gente: o WSJ mantém uma equipe de seis profissionais especificamente para criar vídeos do Facebook; já a Refinery29, uma agência voltada a conteúdos para mulheres conta com dez pessoas para o mesmo fim. O BuzzFeed, que até onde se sabe fechou o contrato mais gordo (US$ 3,05 milhões entre 2016 e 2017) muito provavelmente também deve contar com profissionais específicos, e com a redução da grana não só seus conteúdos na rede social estão ameaçados como essa gente toda pode muito bem ir para a rua.

Em tempos em que o YouTube está aos poucos cortando a monetização de todo mundo (embora não admita; o cenário atual é muito parecido com o que aconteceu com o AdSense) e o Twitter achou uma forma de viabilizar vídeos sem gastar, o passo do Facebook é bastante antipático e servirá para criadores abrirem o olho e procurarem outras alternativas para veicular seus vídeos e fazer uma grana. A pergunta é: quem vai aceitar ignorar os grandes players mesmo ganhando menos?

Fonte: DigiDay.

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