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NASA está literalmente inventando a roda

A NASA tem um problema: os pneus da Curiosity não estão durando tanto além das expectativas quanto o resto do robô. Vão resolver isso da forma mais complicada e necessária: estão reinventando a roda.

6 anos atrás

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A Curiosity é uma missão extremamente bem-sucedida. Pousando em Marte em 6 de agosto de 2012, o robô tinha uma missão primária estimada em 687 dias, mas seus sistemas continuam funcionando muito bem até hoje, 1.938 dias depois. Isso acarretou um problema que havia sido previsto: o solo marciano é implacável com as frágeis rodas de alumínio.

Outros robôs não tiveram o mesmo problema, mas é uma questão de peso. Mesmo com gravidade menor a Curiosity é um monstro, veja:

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As rodas têm 20 polegadas, e precisam sustentar 899 kg. Um Fusca pesa 840 kg.

O desgaste está destruindo as rodas: pedras afiadas furam o alumínio, e logo alguma vai parar de funcionar. Isso não é ideal, a NASA está percebendo que seus robôs duram muito mais do que o planejado: é preciso rodas mais eficientes, sem um pênalti muito grande de peso.

A solução começou com uma invenção da NASA e da Goodyear, o Pneu de Molas, uma estrutura sem ar onde molas metálicas formam o esqueleto do pneu:

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Foi um bom começo, mas ainda era pesado demais e depois de uma certa força aplicada, o pneu se deformava. Mais pesquisa foi colocada em cima do problema, e resolveram usar Ligas com Memória, metais que depois de forjados em uma forma, podem ser esticados torcidos e deformados mas basta aplicar calor e voltam à forma original.

O mais conhecido é o nitinol, uma liga de níquel e titânio, veja em ação:


RambI3r — Shape Memory Alloy

Com molas feitas de nitinol, os pneus dos futuros robôs irão durar muito mais. No vídeo abaixo um desses novos pneus de molas de nitinol passa por um teste de compressão. Ele pode ser deformado até o aro, sem que isso cause qualquer dano.


nasaglenn — Shape Memory Allow Tires: Part 2

Até agora ele tem se saído muito bem nos testes.


nasaglenn — Shape Memory Alloy Tire Life Test

A parte chata é que a NASA é burocrática: o robô que lançarão para Marte em 2020 ainda usará pneus convencionais como a Curiosity. É capaz de o Tesla que Elon Musk eventualmente mandará para Marte tenha pneus de molas e a NASA ainda não tenha certificado a tecnologia.

Fonte: NASA.

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