Ronaldo Gogoni 6 anos atrás
Os rumores eram verdadeiros. Em evento realizado nesta terça-feira (01) em Londres a Razer enfim entrou no mercado de telefonia celular com o Razer Phone, um smartphone com espacificações monstruosas para agradar um perfil bastante exigente: o do consumidor gamer.
O Razer Phone é um produto desenvolvido com base na expertise em hardware da Nextbit e em software da OUYA, empresas que a gigante dos acessórios gamers adquiriu nos últimos anos. À primeira vista o novo smartphone lembra bastante o finado Robin, com seu design quadradão e grandes bordas nas partes superior e inferior mas as semelhanças acabam por aí. Este é um dispositivo criado tendo em mente os gamers e por isso conta com especificações de ponta, segundo a Razer pensadas tendo performance absoluta em mente para que o usuário possa desfrutar de seus joguinhos no Android com o máximo de poder possível.
Pode parecer um contra-senso, a Glorious PC Gamer Master Race não é dada a jogar no celular e não abre mão de seus desktops para nada, mas a Razer acredita ser capaz de oferecer um produto que se aproxime de uma configuração mediana o bastante para tirar de letra mesmo os games mais poderosos, e até porque ninguém leva o desktop debaixo do braço para todo lugar.
O hardware do Razer Phone é sem dúvida matador, mesmo quando comparado a dispositivos Android de ponta: a primeira característica que salta aos olhos de cara é seu display IPS de 5,7 polegadas e resolução Quad HD (515 ppi), que graças à tecnologia IGZO da Sharp confere uma estonteante taxa atualização de 120 Hz de modo a entregar uma experiência de vídeo para gamers fluída o tempo todo. Claro, a tecnologia em si não é nova mas este é o primeiro smartphone lançado no ocidente com tal recurso.
A Razer informa que fechou parcerias com desenvolvedoras de modo que elas fornecerão games compatíveis com a taxa de 120 Hz, sejam novos como UltraHunt (o PlayerUnknown's Battlegrounds de bolso da CMune, os criadores de UberStrike) ou já lançados que serão atualizados, como o MOBA da Tencent Arena of Valor.
Na sequência temos o sistema de som, que é o principal motivo para o Razer Phone apresentar as largas bordas nas partes superior e inferior. A Razer o dotou com dois grandes alto-falantes estéreo frontais e tecnologia Dolby Atmos, certificação THX e um DAC de 24 bits para oferecer uma poderosa e imersiva experiência de áudio, do jeito que seu público consumidor gosta. Como nem tudo é perfeito ele não possui porta P2, mas o bichinho vem com um adaptador USB-C na caixa.
De resto, temos:
Por se tratar de um dispositivo gamer, o Razer Phone oferece uma série de recursos de customização que não se encontra em muitos smartphones por aí, como por exemplo vários ajustes pré-definidos de áudio, a possibilidade de configurar a taxa de atualização do display com opções entre 60, 90 ou 120 Hz e definir perfis específicos para cada app ou game que o usuário vier a rodar, o que faz deste um dispositivo interessante até para quem não é gamer: há uma série de decisões que se mostram muito úteis no dia-a-dia e mais importante, o design foge do padrão dos produtos da Razer: não há LEDs ou logos em verde brilhante berrante. Minha única crítica são os botões de volume, que parecem baratos e frágeis.
O Marques Brownlee publicou um review interessante sobre o aparelho:
Contrariando o Modus Operandi padrão da Razer em cobrar os olhos da cara pelos seus produtos, o Razer Phone chegará às lojas no dia 17/11 com um preço sugerido de US$ 699; este é o mesmo valor fixado pela Apple no iPhone 8, um pouco abaixo do preço original do Galaxy S8 (US$ 749) e um tanto mais caro que o do LG G6 (US$ 599). A pré-venda já começou e é possível encomendá-lo no site oficial, desbloqueado mas num primeiro momento apenas nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Irlanda, Alemanha, França, Dinamarca e Suécia; a Razer pretende também oferecê-lo através da Amazon e das lojas físicas da Microsoft, enquanto a operadora Three o venderá com planos de dados no Reino Unido, Irlanda, Dinamarca e Suécia.
Não há previsão de quando (ou se) o Razer Phone será lançado no Brasil; é possível que a companhia o venda diretamente através do site oficial e suas revendedoras no país, no entanto se isso acontecer é bem capaz que ele chegue custando bem mais que seus concorrentes Android à venda, já que qualquer produto gamer custa bem mais por aqui.