Carlos Cardoso 6 anos e meio atrás
Futurama é a série que se recusa a morrer. Cancelada, ressuscitada, cancelada, volta como longa, cancelada, volta de novo… eu já perdi a conta, mas sempre que aparece algo novo, estou dentro. Futurama costuma ter histórias adultas e profundas, com situações deliciosamente absurdas e idiotas, mas não é um caso de “agora vamos falar sério”. O texto é magistral, os temas sérios são parte da história, não são isolados.
Magistral na verdade é pouco. Futurama faz humor até com ciência, e não no estilo Bazinga. Em um dos episódios era preciso resolver um problema de intercambiar mentes e corpos até devolver todo mundo ao seu devido lugar. Com ajuda dos Harlen Globetrotters eles acham a solução:
Não é technobabble. Ken Keele, um dos roteiristas tem um PhD em matemática, e criou um teorema para resolver o problema. A solução é válida, e gerou outros papers científicos.
Mesmo o humor geral de Futurama é excelente, o texto faz cócegas no cérebro enquanto dá voltas, desenrolando as várias camadas. Uma que eu adoro especialmente é quando estão examinando uma amostra e o Professor solta:
Ah, the water is as sterile as my milkman trusting father.
Isso é ouro puro.
Agora Futurama está de volta. De novo. Desta vez em formato áudio. Para ajudar a promover o jogo mobile, reuniram o elenco original em uma aventura que nada mais é que o bom e velho rádio-teatro. Eu acho mais que justo, visto que Futurama era o nome de uma atração da General Motors na Feira Mundial de 1939, em New York, e o tema da feira era… World of Tomorrow.
O episódio está disponível no Nerdist, tem 47 minutos, fora o blá blá blá do começo do podcast, e pode ser visto, digo, ouvido, aqui: