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Apple pode ser investigada por realizar práticas abusivas na China

Apple se complicando outra vez na China: governo estuda abrir investigação por práticas consideradas abusivas, como remoção de apps da App Store sem aviso e a cobrança de 30% sobre transações.

6 anos e meio atrás

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Apple Retail Store em Pudong, Xangai

A Apple pode ter arrumado mais uma dor de cabeça na China: o governo local considera abrir uma investigação contra a companhia, após receber denúncias de cerca de 50 desenvolvedores locais por práticas consideradas abusivas em relação a como a gigante mantém seus negócios, o que está sendo visto como um abuso de sua posição como líder de mercado.

A reclamação dos desenvolvedores contra a Apple é de que a maçã faz o que bem entende e não dá maiores satisfações quanto a seus critérios para remover ou não aprovar a entrada de aplicativos em sua loja digital. A denúncia apresentada por uma empresa de advocacia que representa os desenvolvedores adiciona mais uma reclamação contra a prática da Apple de cobrar uma taxa de 30% em cima da venda de apps ou de compras realizadas dentro deles, feita de uma forma que evita a fuga da cobrança.

A verdade é que embora o Google também pratique tal cobrança na Play Store ela é muito menos popular na China (muitos fabricantes de Android usam forks do sistema, com lojas próprias). não é de hoje que os devs reclamam que a cobrança é abusiva: Tim Sweeney, CEO da Epic Games (curiosamente um dos maiores parceiros da Apple) afirmou em uma entrevista recente que as empresas que arrancam tal quantia não são mais do que parasitas do trabalho alheio.

Em nota a Apple afirma que o processo de revisão dos apps submetidos à App Store é transparente, e quando um dele é bloqueado ou removido o desenvolvedor tem acesso a suporte e meios de se adequar às regras de casa e enfim ter acesso ao ecossistema (ou recuperá-lo). A empresa o entanto não teceu comentários sobre as acusações de cobrança indevida de taxas.

Falando francamente, a cobrança de 30% sobre qualquer tipo de transação em apps na App Store ou Play Store é uma facada e tanto, e uma maneira de Apple e Google de fazer muito dinheiro com o trabalho de outrem; por outro lado essas são as regras, todos estão cientes de que terão que pagar no momento em que assinam os contratos e não há muito o que fazer. No entanto há casos e casos, ambas lojas flexibilizaram as taxas no caso de apps que funcionam no esquema de assinatura: hoje eles pagam apenas 15% às lojas e mantêm 85% da receita (a Apple exige um ano de fidelidade antes de reduzir o valor).

Só que há o outro lado: o governo chinês está fazendo de tudo para reduzir o alcance de empresas estrangeiras em seu território e a Apple vem apanhando constantemente, como quando foi forçada a fechar a iBooks Store, a iTunes Movies e o Apple News para atender às exigências de Pequim. É de conhecimento que o atual premiê Xi Jingping, um anti-ocidente notório está trabalhando para fazer com que grandes companhias como Alibaba, Huawei e Tencent absorvam tecnologia de empresas estrangeiras instaladas no país, sendo que essas são forçadas a não só manter dados em servidores locais como a compartilhar seu know-how. A Apple resiste no segundo caso (no primeiro ela já cedeu faz tempo), mas é isso ou abrir mão do mercado.

Pode até ser que este caso específico não dê em nada, mas em se tratando da China não seria estranho se a Apple fosse forçada pelo governo a reduzir a taxa de cobrança e a flexibilizar os critérios de aprovação de app na App Store, sob a ameaça de receber mais sanções ou até mesmo de ser expulsa e isso Tim Cook não quer de jeito nenhum, logo…

Fonte: Bloomberg.

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