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Birthdays the Beginning — Review

Com potencial para ser a mistura de Populous com E.V.O.: Search for Eden que tanto queríamos, Birthdays the Beginning acaba falhando ao entregar um jogo pouco divertido. Conheça o game lendo nossa análise.

7 anos atrás

Eu costumo gostar de acreditar que não saber detalhes sobre alguns jogos pode ser uma bênção. Muitas vezes isso faz com que encontremos algumas pérolas para as quais não demos muita atenção inicialmente, jogos que independentemente de serem muito conhecidos ou não, acabam nos conquistando. Infelizmente não foi o que aconteceu comigo em relação ao Birthdays the Beginning.

Apesar de até outro dia eu nunca ter ouvido falar no título da Toybox, acabei me deparando com imagens suas no Steam e após uma rápida pesquisa sobre do que ele se tratava, rapidamente percebi que eu precisava jogá-lo. Oras, como não sentir vontade de conhecer um jogo idealizado por Yasuhiro Wada, da série Harvest Moon e em que o objetivo é cuidarmos da evolução das espécies num planeta representado por um cubo?

O pouco que conheci sobre o game ainda fez parecer que ele seria ideal para ser jogado com meu filho, já que ele adora  dinossauros e vive explicando para os outros como funciona a evolução e coisa do tipo. Mas para a minha sorte, tratei de dar uma olhada no Birthdays the Beginning antes de apresentá-lo ao moleque, assim como sempre faço.

Ao iniciar a campanha fui apresentado a uma entidade que serviria como guia e a um avatar que me representaria no jogo, sendo na verdade apenas uma ilustração para nosso cursor. A partir daí o jogador passei a ser bombardeado por uma série de informações e estatísticas fundamentais para progredir, já que só conseguimos pular para a próxima etapa caso cumpramos as exigências do nosso professor.

O grande problema do Birthdays the Beginning é que ao tentar ser o mais fiel possível ao processo de evolução, fazendo com que certos seres só apareçam no nosso planeta se cumprirmos determinadas exigências, como a temperatura da água, do ar e uma certa quantidade de animais que lhes servirão de alimento, qualquer equívoco que cometermos poderá travar toda o processo.

Imagine por exemplo você ver um animal ser extinto, sendo que sua população só surgiu depois de um bom período, e assim tornando bastante complicado presenciarmos o nascimento daquele que seria seu predador. Tal situação pode até servir para ensinar às crianças como a banda toca no reino animal, mas ao travar a diversão, acaba prejudicando toda a experiência.

Além disso, a quantidade de variáveis é considerável e manter tudo sob o controle acaba se tornando uma tarefa árdua e sinceramente, um tanto chata. Eu pelo menos não consegui gostar de passar vários minutos moldando a geografia do terreno apenas com o intuito de aumentar ou diminuir a temperatura do local. Isso só para depois pular para o modo em que fazemos o tempo passar e onde praticamente nada acontece, nos restando apenas esperar para ver quais animais surgirão e quais morrerão enquanto os anos vão se passando.

Também prejudica a experiência o fato dos controles não funcionarem muito bem com um gamepad (joguei a versão para PS4, mas no PC também existe suporte a controles), muitas vezes nos obrigando a ter que tentar várias vezes para posicionarmos o cursor exatamente onde queremos.

É claro que existe um grande senso de satisfação ao vermos o surgimento de uma espécie mais evoluída, o que só aumenta quanto mais perto chegamos dos vertebrados e também vale elogios ao estilo visual do jogo, que conta com uma direção artística bem bacana.

Mesmo assim, é inevitável jogar o Birthdays the Beginning e não se sentir entediado, ainda mais quando ele tinha tudo para ser a mistura de Populous com E.V.O.: Search for Eden pelo qual alguns de nós tanto esperamos, mas que no fim das contas acaba se mostrando apenas uma boa ideia mal executada, quase uma planilha do Excel com gráficos bonitinhos.

PS: no modo livre o Birthdays the Beginning até consegue se sair um pouco melhor, sem ficarmos presos às exigências do tutorial, mas ainda assim quase tudo se resumirá a temperatura do local e a uma aleatoriedade que muitas vezes servirá mais para nos irritar.

Ah! E mesmo assim resolvi mostrar o Birthdays the Beginning para o Nicolas e sua reação sincera foi: “Nossa pai, que jogo chato!

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