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Intel ISEF 2017, uma visita a maior feira de ciências e engenharia do mundo

Acompanhamos de perto a Intel ISEF 2017, maior competição científica para jovens do mundo, que busca estimular estudantes a resolverem problemas práticos das nossas vidas através das ciências, engenharia, tecnologia e matemática.

7 anos atrás

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Termina nesta sexta em Los Angeles a ISEF 2017, Feira de Ciências e Engenharia da Intel, com trabalhos de mais de 1.700 estudantes do mundo inteiro, incluindo 9 projetos do Brasil, selecionados na FEBRACE, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, realizada em março deste ano. Ao chegar na ISEF, o que mais me impressionou foi a grandiosidade e a quantidade de projetos, além da criatividade, é claro.

A feira é organizada anualmente pela Society for Science & the Public, e busca estimular os estudantes a pensarem em soluções práticas para problemas reais do nosso dia a dia usando ciências, engenharia, tecnologia e matemática, com bolsas de estudo e prêmios de cerca de US$ 4 milhões, divididos em 22 diferentes categorias, incluindo química, biologia, robótica e muitas outras. Todos os candidatos precisam ter menos de 19 anos.

Criada em 1950 como uma feira nacional de ciências nos Estados Unidos, a feira tem a Intel como principal patrocinadora há 20 anos, e hoje é mais internacional do que nunca, com participantes de 78 países, sendo os principais os Estados Unidos (e seus territórios) com 1.102 estudantes e a Coreia do Sul com 39 finalistas. Muitos reclamam da pouca participação feminina no mundo do STEM (Science, Technology, Engineering and Math), mas na ISEF deste ano, 47% dos finalistas são meninas, e na edição de 2014, elas chegaram a ser maioria.

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O Brasil também faz bonito no ISEF, e já venceu 46 prêmios em outras edições da feira. Nesta edição, temos 14 estudantes brasileiros defendendo 9 projetos, entre eles o JustStep de Lorenna Santos Vilas Boas (Bahia), um piso tátil criado para dar autonomia a cegos e pessoas com dificuldades de visão em espaços públicos, com uma integração via Wi-Fi que avisa no aparelho da pessoa se determinada sala ou biblioteca está à esquerda ou à direita; o Hermes Braindeck, uma interface para comunicação cerebral com pacientes em coma ou estados vegetativos, um projeto do aluno Luiz Fernando da Solva Borges (Mato Grosso do Sul); e o SmartLeg, uma prótese inteligente para amputação transfemoral com custo acessível, criada por Leonardo Azzi Martins, Arthur de Freitas e Precht e Luciano Sampaio da Silva (Rio Grande do Sul). A ideia de criar uma prótese ativa que se adapta ao paciente usando sensores não-invasivos foi desenvolvida depois que o avô de Leonardo teve sua perna amputada por uma trombose. Confira os outros participantes do Brasil no site da FEBRACE (as fotos do time Brasil que ilustram este post são da FEBRACE).

Os jurados da competição são profissionais em ciências, engenharia e da indústria, além de estudantes de pós-graduação com doutorado em uma das categorias. São cerca de 600 prêmios, incluindo o de vencedor para cada uma das 22 categorias, no valor de US$ 5 mil cada, além de prêmios de US$ 1 mil para suas escolas e as feiras que venceram em seus países. A Intel Foundation também premia os vencedores de cada categoria, do primeiro ao quarto colocado, com valores de US$ 3 mil, US$ 1.500, US$ 1.000 e US$ 500. Outras fundações, universidades, agências federais dos Estados Unidos, empresas, e instituições vão premiar os vencedores em categorias específicas, com valores e viagens para seminários e outras competições de ciências ao redor do mundo.

Os vencedores das suas categorias concorrem ao prêmio Gordon E. Moore (batizado em homenagem ao grande cientista e fundador da Intel) e Jovem Cientista da Intel Foundation. O projeto de pesquisa considerado o vencedor da competição leva o grande prêmio Gordon E. Moore no valor de US$ 75 mil, e outros dois projetos ganharão o prêmio Jovem Cientista no valor de US$ 50 mil cada, todos oferecidos pela Intel Foundation. Daqui a algumas horas acontece a premiação principal da Intel ISEF 2017, e finalmente vamos conhecer os grandes vencedores.

O MB foi convidado pela Intel para cobrir a feira, mas graças ao cancelamento do voo da United Airlines por um problema técnico, infelizmente acabamos perdendo a maior parte do evento, pois só consegui entrar no centro de convenções com pouco tempo antes do final da exibição. Além da exibição dos finalistas, o Intel ISEF traz várias palestras muito interessantes, infelizmente por causa da United Airlines, só consegui assistir uma, de Todd ‘Leif’ Ericson, piloto testes da Virgin Galactic, estimulando os jovens participantes a buscarem uma carreira como astronautas.

Atualização:

Os grandes vencedores da Intel ISEF 2017 foram Ivo Zell (Loch, Alemanha) que levou o prêmio Gordon E. Moore e US$ 75 mil pelo seu projeto para uma asa voadora, Amber Yang (Windermere, Flórida) e Valerio Pagliarino (Castelnuovo Calcea, Itália) que receberam US$ 50 mil cada pelo prêmio de jovem cientista da Intel Foundation. Yang criou um sistema para prever a posição de objetos na órbita baixa da Terra usando redes neurais, e Pagliarino desenvolveu um protótipo para uma rede sem fio de alta velocidade baseada em lasers. Saiba mais sobre os projetos vencedoresa na Intel.

E os brasileiros? Na premiação principal, foram três premiados na Intel ISEF 2017:

Luiz da Silva Borges (Instituto Federal de Educação de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul), 2° lugar na sua categoria com o projeto "Hermes Braindeck: Uma Interface Cérebro-Computador para Comunicação com Pacientes Inicialmente Classificados como Comatosos ou Vegetativos", recebeu US$ 1500.

Maria Eduarda de Almeida (alunas do IFRS – Instituto Federal de Educação de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul) e Juliana Davoglio Estradioto receberam US$ 500 cada pelo 4° lugar em suas categorias com os projetos "BioPatriam: Preservação da Biodiversidade com Plantas nativas Brasileiras" e "Desenvolvimento de um novo filme plástico biodegradável com subproduto de Passiflora edulis".

Nos prêmios especiais de organizações, os brasileiros também fizeram bonito:

1° lugar da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional para Beatriz da Costa Dantas e Marcelo de Melo Ramalho (Escola Estadual João de Abreu do Rio Grande do Norte) pelo projeto "Aglomerado de milho: Produto ecológico fabricado com cobalto de milho e resíduo de casca" (prêmio de US$ 3000).

1° lugar da Fundação do Qatar, Pesquisa e Desenvolvimento para Matheus Bevilacqua (Escola Americana de Campinas) pelo projeto "Remoção de íons de metais pesados ​​de águas residuais industriais usando alginato de polissacarídeo algas" (prêmio de US$ 1000).

3° lugar da Sociedade Meteorológica Americana para Beatriz Fraga e Daniel Oliveira (Instituto Catarinense) pelo projeto "Avaliação da Concentração de Partículas (PM10): Estudo de Caso em Camboriu, Brasil" (prêmio de US$ 500).

3° lugar da Associação Americana de Fisiologia para Isabela Dombrady, Julia Rolim e Maria Gabriela Leal (Colégio Giordano Bruno de São Paulo) pelo projeto "Autoimagem de Atletas com Deficiência: Um Novo Significado" (prêmio de US$ 500).

3° lugar da Associação para o Avanço da Inteligência Artificial para Luiz da Silva Borges (Instituto Federal de Educação de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul), com o projeto "Hermes Braindeck" (prêmio de US$ 500).

O Meio Bit viajou para Los Angeles a convite da Intel.

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