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Twitter quer ser a TV do século 21

Twitter decide investir em transmissão ao vivo de conteúdo e fecha parcerias com diversos canais; participação da rede Bloomberg fez ações da rede social subirem 6,2%.

7 anos atrás

A gente sabe que o Twitter precisa desesperadamente de uma maneira de fazer dinheiro. Como seus planos para ser comprado não deram lá muito certo e os acionistas do popular site de microblogs andam muito preocupados com o seu futuro, a rede social acabou voltando sua atenção para um formato até um tanto contraditório dada a sua natureza: a TV.

Já tem algum tempo que o Twitter flerta com o streaming de conteúdo ao vivo e embora o Periscope seja popular, monetiza-lo não é lá tão simples e seu concorrente direto Facebook também sabe disso. Por outro lado o Google já mostrou que é possível fechar parcerias com canais grandes de entretenimento, produtores de conteúdo tradicionais e mais moderno e alguns pontos fora da curva e oferecer material inédito e de qualidade, como demonstra o YouTube Red. A Snap Inc. fez a mesma coisa com o Snapchat, quando saiu na frente e criou uma plataforma concentrada de conteúdo exclusivo dentro do app.

O Twitter vai na mesma pegada mas não pretende oferecer postagens e vídeos: ironicamente o passarinho quer ser a nova TV imitando o formato de programação ao vivo 24/7. No quatro trimestre do último ano a rede social transmitiu um total de 600 horas de programação mas de eventos específicos, como campeonatos de esporte e shows, e no primeiro de 2017 esse número subiu para 800 horas. Embora pontuais e finitos a recepção tem sido boa.

A meta agora, no entanto é estabelecer canais de transmissão constantes, com programação fixa e original para um público que cada vez mais acha a ideia de assistir TV alienígena, mas o Twitter quer ganhar o público pelo conteúdo variado. O anúncio feito ontem revelou um acordo firmado com 16 novas produtoras, algumas com conteúdo contínuo e já temos uma ideia do que virá a seguir:

  • a WNBA vai exibir os jogos da liga por 20 semanas em 2017, 2018 e 2019;
  •  a MLB vai introduzir um novo programa semanal de três horas para fazer companhia à partida de baseball que já transmite;
  • a NFL vai criar programação diária;
  • a Vox Media vai estrear uma nova atração semanal chamada Circuit Breaker: The Verge's Gadget Show focada em resenhas de gadgets;
  • o BuzzFeed lançará o MorningFeed, um programa de notícias matutino;
  • a Viacom vai transmitir uma série de seus principais programas sazonais, incluindo o Video Music Awards.

Há diversas outras parcerias, mas a que num primeiro momento foi muito benéfica para o Twitter foi o anúncio de que a rede Bloomberg criará um canal com conteúdo 24/7 ininterrupto; apenas sua menção foi o suficiente para elevar as ações da rede social na Bolsa de Valores em 6,2%, algo que deve ter deixado os acionistas muito felizes. O canal, segundo o diretor executivo de mídia do Bloomberg Justin Smith se focará nas notícias mais importantes para "uma audiência inteligente", obviamente para não perder o foco ágil da rede.

Particularmente acho a proposta curiosa. Embora muitos usuários não assistam mais TV é normal vermos na rede social grande parte do público acompanhando eventos ao vivo, shows, esportes, novelas, reality shows e utilizando seus smartphones e tablets como uma segunda tela, comentando em cima, fomentando discussões e fazendo com que o assunto perdure. Logo é compreensível o Twitter querer investir nesse perfil de usuário e mantê-lo utilizando suas próprias ferramentas ao invés de fazê-lo ligar o televisor, o que se reverterá em dinheiro via anúncios, patrocinadores e outras mumunhas. Pode ser uma maneira de manter a empresa viva sem ter que vendê-la, desde que a adoção ao formato seja massiva.

O Twitter ainda não divulgou datas para a estreia dos novos programas.

Fonte: Digital Trends.

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