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Foxconn para Trump: “quer um iPhone Made in USA? Então abra a carteira”

CEO da Foxconn diz que se Trump deseja que o iPhone seja fabricado nos EUA, o governo deve oferecer incentivos fiscais para que a empresa instale fábricas no país.

7 anos atrás

Desde a campanha eleitoral Donald Trump bate na tecla que não admitirá que a Apple continuasse a manufaturar seus dispositivos (com exceção do Mac Pro) na China. Mais de uma vez circularam notícias que o atual presidente dos EUA teria sido bem incisivo com o CEO Tim Cook sobre o estabelecimento de uma linha de montagem de iPhones, iPads e Macs em casa e abrisse mão de terceirização, permitindo a geração de empregos internamente (preferencialmente para americanos e não para imigrantes).

Problem is, Cook não é besta. Montar o iPhone nos Estados Unidos elevariam os custos de fabricação desnecessariamente e a única maneira de fazer isso funcionar é continuar contando com sua velha parceira, a Foxconn. O problema é que ela não possui nenhuma fábrica no país.

O Modus Operandi da manufatura chinesa é bem simples e o mesmo empregado na China: exigir incentivos fiscais e abatimento de impostos, de modo a viabilizar a abertura de novas unidades e cortar os custos de importação. Foi assim que ela veio para o Brasil, obviamente não mudando em nada o cenário do varejo: o preço do iPhone, mesmo passando a ser fabricado aqui não foi reduzido em um centavo sequer (e pobre de quem acreditou, a gente cantou essa pedra desde o início).

O CEO da Foxconn Terry Gou já deixou claro que se Trump pretende mesmo que o iPhone seja montado nos Estados Unidos, sua administração terá que abrir a carteira e oferecer incentivos:

"Os Estados Unidos oferecem programas para investidores estrangeiros? Eles terão que aprovar leis em primeiro lugar, e nós precisaremos esperar que as autoridades americanas tomem uma decisão primeiro."

Gou demonstra preocupação sobre a possibilidade da administração Trump tomar tais decisões em alguns meses; caso aceitem as exigências a Foxconn negociará com estados interessados nas fábricas. O executivo lembrou planos sobre uma unidade avaliada em US$ 7 bilhões, capaz de gerar cerca de 50.000 empregos que se tornaria real caso o governo de fato decida tirar o escorpião do bolso e aceite abrir mão de uma série de impostos e ofereça inúmeras vantagens à companhia chinesa, como ela fez em outros mercados. Do contrário nada feito, e as chances da Apple montar ela mesma uma manufatura tendem a zero dados os custos.

O problema é que Gou não acredita que os cidadãos americanos sejam tão especializados (o termo correto seria mais facilmente controláveis) quanto seus colaboradores chineses (o caso brasileiro é uma exceção; quando a Foxconn tentou importar sua filosofia de trabalho as coisas não deram muito certo), uma afirmação que Steve Jobs já havia utilizado ao convencer o então presidente Barack Obama de que não era possível montar o iPhone nos EUA.

No entanto Trump não parece disposto a ceder; conhecendo a figura não é provável que sua administração aceite as condições da Foxconn e insista para que a Apple abra ela mesma uma linha de montagem no país, algo que Cook já deu a entender que não pretende fazer. Resumindo, esse cabo-de-guerra não acaba tão cedo.

Fonte: Business Insider.

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