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Estrangeiros estão proibidos de fazer streaming ao vivo na China

Turistas ou residentes estrangeiros estão impedidos de realizarem streaming ao vivo na China; governo procura impedir veiculação de conteúdos considerados sensíveis.

7 anos atrás

Se não pode controla-los, bloqueie. É o que o governo chinês resolveu fazer para evitar a preocupante escalada das transmissões de vídeo ao vivo realizadas em seu território; se por um lado colocar limites nos cidadãos locais é de certa forma simples, por outro observar o que estrangeiros andam compartilhando é um pouco mais complicado.

Logo, Pequim proibiu turistas e residentes estrangeiros de fazerem streaming at all.

Os motivos para tal decisão são óbvios: o governo chinês controla tudo o que pode e o que não pode ser veiculado a a internet não é exceção. O Escudo Dourado, o firewall estatal bloqueia uma série de sites externos e grupos como o "Partido dos 50 Centavos" utilizam táticas simples para causar confusão e desinformação, de modo a enterrar notícias que Pequim não quer ver sendo consumidas debaixo de um monte de baboseira.

Com mais da metade da população online (em torno de 710 milhões de chineses) e com uma infinidade de aplicativos de streaming locais disponíveis (já que o YouTube permanece banido) é só somar dois mais dois: além de combater conteúdos educativos (ou não) como bananas e festinhas (essa ainda se deu muito mal), bem como camgirls que vendiam shows online o governo chinês está de olhos e ouvidos atentos para a veiculação de material considerado subversivo. Afinal transmissões ao vivo são fundamentalmente imprevisíveis, mas não é intenção do governo deixar os chineses (e tão somente eles) sem acesso ao recurso.

O governo já controla o que os cidadãos compartilham: todos os apps de streaming devem coletar dados reais dos usuários e deletar materiais indesejáveis, o que em última instância pode levar a uma visitinha dos censores à casa de quem se comportar mal. Já estrangeiros, sejam turistas ou residentes é outra história. Como Pequim não tem autonomia sobre essas pessoas e não pode obriga-los a se sujeitarem às mesmas leis dos locais (se registrar junto ao governo para utilizar o apps de streaming no país), há uma norma opcional em que um visitante pode solicitar o acesso mas a burocracia até a liberação é enorme. E nesse meio tempo eles transmitem de qualquer jeito o que desejarem.

Não mais. A solução encontrada pelo governo para evitar a veiculação de material sensível foi impedir estrangeiros de fazerem streaming ao vivo como um todo; um usuário ucraniano do Blued, um serviço Tinder-like para a comunidade LGBTQ recebeu uma notificação de "violação dos termos de serviço" e foi impedido de realizar novas transmissões. Outros que utilizam o Yizhibo, que pertence à rede social Weibo (o Twitter chinês) também reclamam de notificações similares e igualmente foram chutados.

A partir de agora a única maneira de um não-chinês realizar um streaming ao vivo diretamente do País do Meio é se registrar junto ao governo, sentar e esperar pela autorização; de outra forma, nada feito. Tudo para que Pequim continue de olho em tudo o que as pessoas falam, ouvem e assistem na internet em seu território.

Fonte: Sixth Tone.

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