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Acionistas não estão contentes com a atual estratégia mobile da Nintendo

Acionistas da Nintendo não gostaram do plano de negócios de Super Mario Run; pressão para que próximos games sejam free-to-play com microtransações persiste.

7 anos atrás

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A Nintendo está lavando a égua com Super Mario Run, isso é fato. O primeiro game do encanador italiano a ser lançado para uma plataforma móvel superou todas as expectativas possíveis, se tornando o maior lançamento de SOFTWARE mobile em toda a história. Embora o número de downloads tenha sido astronômico a companhia japonesa ainda não liberou os dados reais sobre a receita do game, o que fará em uma próxima reunião com seus acionistas.

No entanto o presidente Tatsumi Kimishima já anda passando por maus bocados com os investidores, que não gostaram nem um pouco de Super Mario Run não contar com uma experiência freemium tradicional. E já pressionam para que os próximos lançamentos sigam a cartilha do "not really".

Em uma entrevista ao jornal japonês Sankei, traduzida pelo consultor especializado em games e Kantan Games dr. Serkan Toto o CEO e presidente da Nintendo revelou que a empresa planeja lançar mais de três títulos mobile para smartphones e tablets, sejam para iOS ou Android (a plataforma do Google ainda não foi preterida, há esperança). Isso vai de encontro a declarações anteriores de que a empresa limitaria a apenas dois ou três games obviamente para não prejudicar as vendas de suas próprias plataformas dedicadas (ainda mais com o Switch às vésperas do lançamento).

Só que a recepção excelente de Super Mario Run acabou por mudar os planos da companhia, ainda mais porque os acionistas ficaram completamente loucos com a possibilidade de encherem os bolsos de grana. O sucesso do game só veio provar o quanto Satoru Iwata estava errado ao resistir ferrenhamente a lançar as IPs na Nintendo em plataformas externas. Ainda que isso represente a longo prazo uma depreciação de seu próprio hardware (algo que ele não admitia em nenhuma hipótese), os ganhos seriam volumosos o bastante para justificar o movimento. Sendo Kimishima um executivo de carreira, a Nintendo sob seu comando acabou por finalmente deixar de se comportar como uma empresa familiar e passou a seguir a trilha do dinheiro (ainda que ela seja desde sempre a única empresa de games no azul, visto que Sony e Microsoft atendem outros mercados).

Na entrevista Kimishima revelou que o objetivo da Nintendo é fazer do mercado mobile uma fonte de receita adicional líquida e certa e não uma merca curiosidade: os títulos para smartphones e tablets receberão o mesmo cuidado e dedicação do que os para consoles e por conta disso, já estão prometidos títulos baseados nas franquias Animal Crossing e Fire Emblem. O grande problema, no entanto é que os acionistas não estão muito felizes com a atual estratégia da Nintendo.

O fato de Super Mario Run oferecer uma compra única de US$ 9,99 para liberar todos os mundos e nada além disso não agradou, era desejo unânime do corpo de investidores que o game fosse um free-to-play com microtransações como a Niantic Labs fez com Pokémon GO. Os acionistas agora pressionam Kimishima de modo que os próximos títulos venham lotados de recursos que obriguem o jogador a gastar dinheiro indefinidamente, o que me traz amargas lembranças de quando tal estratégia foi mal implementada.

Kimishima no entanto adiantou que a Nintendo não é tão louca a ponto de subverter suas IPs, seus bens mais preciosos: o executivo afirma que o plano de negócios de cada game será adequado ao tipo de experiência que pretendem distribuir. Logo, se um game tiver um formato adequado para free-to-play com microtransações ele será, bem como uma estratégia similar a de Super Mario Run de oferecer uma amostra grátis e vender o título completo uma única vez pode e será utilizada novamente. É o melhor a fazer até para manter o valor da empresa e de suas franquias.

Fonte: o Twitter do Serkan Toto, via VentureBeat.

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